Luanda - Com eterna nostalgia, a família, o Partido e os amigos em Angola e no Mundo, recordam dia 22 de Fevereiro a morte do Dr Jonas Malheiro Savimbi na Província onde nos longínquos anos de 1966, em companhia de outros patriotas, fundou a União Nacional Para a Independência Total de Angola. Trata-se de Moxico, portanto.

Fonte: Club-k.net

nhnay sg unita.jpg - 32.11 KBEu, em pessoa, mantenho memoráveis as últimas recomendações do Dr Savimbi, quando, no seu " ondjango " de trabalho, bem organizado, à moda de sua postura inconfundível, me recebeu aos 14 de Abril de 2001. Para lá das últimas recomendações à luz da matéria dada na XVI Conferência Anual, mantenho viva a orientação virada para o combate acérrimo aos passivos, de entre os quais, o alcoolismo no seio dos quadros e uma abordagem individual com os Generais Vatuva, Kibidy e Búfalo Bill. Posteriormente, fui orientado no sentido de retransmitir as Resoluções da Conferência no COPE- Huambo, o que me levou a fixar-me em Kassembe, uma Base sob comando do Cor Dany. Sei que a minha viagem à pé, logicamente, durou 68 dias, isto é, do Moxico ao Norte do Bailundo onde estava localizada a Base do COPE sob o Comando do experiente Gen Kibidy, amigo dos quadros e da tropa. De recordar que a partida do COPE, quando fui convocado pelo velho Jonas, foi aos 9 de Setembro de 2000, tendo atingido a sua posição aos 24 de Fevereiro de 2001. Durante o trajecto, a caravana foi atacada uma única vez na travessia do rio Kunde, pelas tropas vindas de Kachingues - Bié, pelas 10.25 h do dia 26 de Setembro de 2000.

Deixando de parte este introito para a matéria na esteira do título desta reflexão, faço algum paralelismo do seu pensamento ao que vivemos nos dias de hoje.


Refiro-me exactamente à maneira de agir do regime que se acapara do poder, mesmo sem vontade do Povo, da forma como dirige os destinos dos angolanos! Se hoje o regime chega à conclusão de que é necessário diversificar a economia, já o Dr Savimbi no âmbito dos Princípios dos Conjurados de Muangai aos 13 de Março de 1966, consagrou o seguinte : " Na busca de soluções económicas, priorizar o campo para beneficiar a cidade ".

O que me entristece é o facto de quem decide ignorar as opiniões da Oposição, agarrando-se as políticas que sacrificam o Povo. Talvez se entenda porquanto o pensamento de direita considera o indivíduo como um átomo isolado no seio da Sociedade! Vejamos o seguinte:

- Angola é um País enquadrado na Região da SADCC e esta orienta que os países da Região disponibilizem 10 % do PIB a favor  do Sector Agrário.

-Para o Exercício Económico de 2013, o Executivo propôs 1,01 % ! A UNITA rejeitou e sugeriu multiplicar a proposta por 3. Infelizmente não foi ouvida mas que houve promessas de se considerar a proposta para o Ano seguinte.

- No Ano seguinte, quando esperávamos pelo bom senso de quem determina, ao Sector couberam 0,66 %! Mais uma vez a UNITA rejeitou e propôs soluções. A resposta foi : " tomamos nota e no próximo ano vamos considerar " .

- Para o presente OGE aprovado pela " maioria ", 0,61 % foi a fatia atribuída ao Sector !


Sendo o Sector Rural o 2º sector económico mais importante depois do petrolífero, para um titular do executivo patriota e visionário, teria percebido há muito que a aposta no petróleo é um autêntico raquitismo político que tarde ou cedo pode sacrificar as populações.


Hoje, andando pelo território nacional, o que se constata é um autêntico calvário! Mais uma vez a seca assola o Cunene, a Huila(alguns municípios) e o Namibe, províncias que visitei há uma semana.

Se para o Namibe sob o ponto de vista climático, impera o regime hídrico " aridic " propício do Território e o que requer medidas afins, já para o caso do Cunene, em conversa tida em 2013 com o actual Governador Provincial, achávamos que localmente ao invés de se alocar verbas avultadas para lazer e construir-se uma residência para o Administrador do Kuanhama no valor de 500.000 usd, fosse feita revisão para que se montassem sondas para a sucção de águas em épocas críticas ao valor de 25.000 usd / cada e a compra de equipamento impermeável para a retenção de água em " chimpacas " para alternativa em épocas críticas.

O que sei é que de Namakunde ao Moñele, a sensívelmente 40 km de percurso, encontra-se uma sonda instalada ao tempo do regime colonial português !!! Quem quiser vá ao Cunene e constate " in loco " os danos decorrentes da falta de chuvas e repare o caudal do rio Cunene em Xangongo e tire conclusões.


Ninguém venha dizer que não houve disponibilidade financeira. Se assim for, como é que se justifica que haja 800 milhões de dólares americanos para a " tia " Marta dos Santos(irmã do Presidente JES) a partir de BES Angola e não haja 2.5 milhões de dólares americanos para 100 sondas a favor das populações do Cunene e sua riqueza que é o gado?

Portanto, considero de rara a visão do Dr Savimbi porque o seu pensamento de 1966 mantém-se actual aos dias de hoje. Se houvesse consideração ao que a Oposição propõe, evitar-se-iam alaridos decorrentes da queda de preço do barril de petróleo. Quanto a esta matéria, importa também dizer que não há necessidade para tanta gritaria pelo seguinte : houve anos em que o barril de petróleo foi fixado aos 55 usd tendo vindo a custar 110 usd, disparando posteriormente para 150 usd. Essa diferença ou " superavit ", deve ser multiplicada pelo número de barrís/dia e o produto obtido também multiplicado pelo tempo, o resultado vai, de certeza, cobrir o tempo de " vacas magras " .

Que viva para sempre o pensamento - mestre do Dr Jonas Malheiro Savimbi.