Luanda - O ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, afirmou nesta sexta-feira, 20, em Luanda, que o absentismo e os acidentes de trabalho causados pelo uso de álcool representam um custo substancial para os empregadores e para o Estado.

Fonte: Angop
Ministro Joao Kussumua.jpg - 49.39 KBO governante fez a afirmação na cerimónia de encerramento da Conferência Internacional sobre o "Consumo de álcool e drogas", promovida pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA), tendo sublinhado que as repercussões dos comportamentos aditivos atíngem, em primeiro lugar, o indivíduo e depois as outras esferas dos seus relacionamentos, causando danos expressivos.

No tocante às famílias, acresceu, os danos manifestam-se de diversas formas, quer pela saúde física e mental dos seus membros, quer pela saúde financeira do lar.

De acordo com o governante, a violência no lar e os acidentes domésticos acabam por perturbar significativamente a estabilidade familiar.

Segundo o mesmo, a pobreza é também uma das consequências do abuso de álcool e drogas, “porque para além dos gastos com os consumos que muitas vezes excedem o valor do salário mensal, o dependente tem gastos acrescentes com a saúde, devido a doença e acidentes”.

João Baptista Kussumua aponta a sinistralidade rodoviária como outra consequência do consumo excessivo de álcool causando uma forte incidência nas taxas de morbilidade dos países.

“Na era global em que vivemos, precisamos de unir conhecimentos e sinergias, aproveitando a experiência de quem trava este combate há mais tempo, ao mesmo tempo que tentamos minimizar os efeitos nocivos de uma maior permeabilidade das nossas fronteiras”, disse.

Por outro lado, o ministro João Baptista Kussumua entende ser necessário prestar maior atenção ao consumidor (doente), para que este se reabilite ao invés de “por uma intervenção mal direccionada acabar por engrossar as redes de delinquente mormente associadas às toxicodependências”.  

A conferência Internacional sobre " O consumo de álcool e drogas" decorreu de 18 a 20, no Palácio dos Congressos e esteve repartida em três painéis, com o objectivo de analisar a problemática do consumo de Álcool e a Toxicodependência em Angola, as suas consequências na saúde do indivíduo, da família e da sociedade, bem como apoiar as medidas de controlo e prevenção, prestação de cuidados aos toxicodependentes, a sua reabilitação e reinserção na vida social.

O evento foi organizado pela Fundação Eduardo dos Santos (FESA), sob o Lema “ Por uma Angola Sã, Livremo-nos das Drogas e da Toxidependência”.

A conferência contou com cerca de oitocentos participantes e convidados entre governantes, entidades eclesiásticas, organizações juvenis, estudantes, escuteiros, técnicos de vários sectores ministeriais e ex-toxicodependentes.  

Para permitir uma profunda reflexão e ampla abordagem da temática proposta, foram convidados17 palestrantes, sendo 8 nacionais e 9 provenientes da Itália (4), Brasil (1), Cabo Verde (1), São Tomé e Príncipe (1) e Moçambique (1) , entre outros.