Luanda - Segundo Robert Lucas, a política monetária só é efetiva quando os agentes económicos são enganados, se as autoridades monetárias afirmam que haverá mais massa monetária, os preços tendem a subir, gerando inflação, face aos anúncios sobre esta medida. Se a informação for diferente, os preços tendem a manter estáveis.
Fonte: Club-k.net
Desde julho de 2014, o mundo tem assistido uma forte descida do preço do petróleo no mercado internacional, devido a oferta do petróleo fora do controlo da OPEP, reduzindo a procura global, o excesso de oferta dessa principal commodity no mercado internacional, tem sido a principal razão da descida do preço do mesmo.
Dos países membros da opep (Angola, Arábia Saudita, Argélia, Equador, Emirados Árabes, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar e Venezuela), serviam para atenderem a procura global desse precioso produto, ou seja a oferta satisfazia a procura, razão pela qual, os preços de comercialização antes de julho de 2014, eram preço de equilíbrio.
Uma fraca procura, somada a mudanças significativas na produção energética dos EUA, tem forçado o preço do Brent (referência do mercado de Londres) a cair desde junho, chegando a USD 48/barril.
Nesta sexta, o preço teve leve alta, mas está no patamar dos USD 52/barril, mesmo assim tem se verificado uma certa volatilidade.
A Venezuela é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, mas enfrentava dificuldades antes mesmo da atual queda de preços. Críticos atribuem esses problemas à má gestão dos recursos.
Para além da Venezuela, outros países que atualmente exportam petróleo como a Rússia, que é um dos países com grandes reservas internacionais líquidas, têm tido várias derrapagem nas suas economia, dada a redução do valor das receitas.
As autoridades angolanas, fizeram vários discursos, dizendo que 2015, será um ano difícil, estes discursos criaram várias expectativas no agentes económico, tomando medidas precipitadas, provocando a depreciação da moeda doméstica.
Mas é bem verdade, que essa desvalorização, quando comparada ao mercado informal, não há muita volatilidade em relação a cotação do BNA.
Um dos fatores preponderante, nas decisões de investir ou desinvestir, para além da estabilidade macroeconómica e estabilidade política, são as notícias ( Jornal, televisão e outros), de grande relevância.
A nível internacional, os principais indicadores de estabilidade externa mais aceites, têm como base as Reservas Internacionais Líquidas, servem de almofada para as responsabilidades do país com o resto do mundo. As RIL, quando saudáveis, podem proteger as economias dos choques externos, acalmando o mercado cambial, atraindo investidores estrangeiros e demostrando aos mesmos que não haverá dificuldade em manusear divisas, quando tiver que capitais.
Olhando para o gráfico acima sobre o volume de venda de divisas do BNA para os bancos comerciais, podemos notar que, a queda do preço do barril de petróleo desde julho de 2014, e o facto de alguns poços conhecerem a sua maturidade no principio do ano passado, o que pressupôs uma queda da produção, fizeram com que a venda de divisas tivesse reduzido o seu fluxo mensal, Setembro e Dezembro. Este facto pode estar na base da actual histeria em que se encontra o mercado cambial.
A propaganda sobre a crise em Angola, feita pelo executivo, gerou várias expectativas aos agentes económico, que em primeira instância, têm adquirido a moeda estrangeira, com intuito de reduzirem os riscos da desvalorização da moeda nacional, com objetivo de especulação.
É preciso haver uma supervisão por parte do BNA aos Bancos comerciais, alguma coisa não vai bem, tem havido muitas queixas sobre as transferências por parte dos importadores, e outros que vão em consultas médicas no exterior e têm tido necessidade de comprar divisas, os cartões de crédito, pararam de funcionar.
Os Bancos Comerciais são apenas intermediários financeiros e não especuladores, caso esses têm atendidos as solicitações dos agentes económicos, embora não me pareça, o BNA deverá duplicar a oferta de divisas aos bancos comerciais, e tornar o nosso kwanza mais forte. Bem como, controlar os níveis de inflação.
