Malta - Um artigo publicado pelo jornal Malta Today dá conta de que a empresária angolana terá várias empresas registadas neste país. Segundo se explica, estas são usadas em negócios de compra e venda de diamantes.

 

Fonte: Minuto a Minuto

Isabel dos Santos, uma das empresárias do continente africano mais ativa no mundo dos negócios portugueses, foi esta semana notícia em Malta. Segundo é explicado por um jornal local, a empresária manterá neste país a sede de várias empresas das quais é proprietária. Pelo que se explica, a maior parte delas não tem qualquer atividade comercial, empregando apenas advogados e executivos financeiros. Existirão, inclusivamente, sociedades que são detidas pela angolana em conjunto com o marido Sindika Dokolo.

 

O jornal lista as empresas Victoria Holding, Victoria Limited, Finisantoro Holding, Kento Holding, Piccadilly Holdings, Soho Global Management Solutions, Wise Intelligence Solutions Holding, e Athol Limited, como propriedade de Isabel ou Dokolo, ou dos dois.

 

Refere a mesma publicação que a empresa que mais relevo ganha é a Victoria Holding, uma subsidiária da Sodiam, que tem ligações à Endiama, detida parcialmente pelo Estado, e a Melbourne Investment BV, que pertence na totalidade a Sindika Dokolo.

 

Esta companhia terá adquirido, em 2012, a dívida da empresa suíça, que se dedica ao comércio de joias, a Grisogono, numa operação calculada em 63 milhões de euros.

 

A partir daí, a sociedade terá sido usada para comprar diamantes de Angola, apesar de esta informação ser negada por representantes da empresa. Porém, o fundador da Grisogono, Fawaz Gruosi, em entrevista ao Le Matin, garante que a parceria daria, à empresa adquirida, acesso privilegiado a pedras preciosas oriundas do país natal da empresária.

 

Segundo o activista Rafael Marques, entrevistado pela publicação maltesa “a parceria é ilegal segundo a lei angolana, porque o pai de Isabel, o presidente da República, indica os diretores da Sodiam, e, como chefe do executivo, dá-lhes instruções. No entanto, a lei proíbe-o de usar a sua posição para o enriquecimento da sua família”.

 

“Este é o motivo pelo qual esta parceria não é reconhecida em Angola e não aparece nos livros da Sodiam, mas só em Malta”, conclui Marques.

 

De referir que Malta é um país que atrai companhias internacionais devido ao baixo nível de impostos cobrados às empresas, estando o máximo fixados nos 15%.