Luanda - A teoria econômica convencional afirma que desvalorizar a moeda de um país pode ser algo bom para sua economia, dado que uma moeda mais fraca gera uma taxa de câmbio mais desvalorizada, o que estimularia a produção industrial e consequentemente as exportações e o emprego. Isso geraria um crescimento econômico. Donde se conclui que, caso um país queira vivenciar um crescimento econômico mais acelerado, a desvalorização da moeda seria uma medida necessária.

Fonte: Manchete

O segredo para o crescimento econômico está na oferta de bens e serviços. Afirma-se que um aumento na oferta de bens e serviços gera crescimento econômico porque tal aumento irá desencadear a produção de bens e serviços. Sendo assim, para a economia crescer, as políticas econômicas do governo têm de se concentrar na oferta de bens e serviços, e implementar medidas para estimulá-la.

É certo que boa parte dos produtos e serviços que consumimos no mercado nacional advém de países estrangeiros o que é rotulado de importações. Importa realçar que, que as exportações, contribuem para o crescimento econômico ao passo que as importações são um fator que subtrai do crescimento da economia. Mas é precisso reconhecer que, a nossa produção não é suficiente para abastecer pelo menos 60% do mercado por vários factor como, a produtividade, competitividade, fraca agricultura, recursos humanos, energia, transportes etc., só para citar estes.

Por outro lado, a procura internacional pelos bens e serviços de um país é um ingrediente importante para estimular o crescimento econômico, faz sentido, segundo este pensamento, fazer com que os bens e serviços produzidos localmente sejam atraentes para os estrangeiros. Uma das maneiras de fazer com que os bens domesticamente produzidos sejam mais procurado por estrangeiros é fazendo com que os preços destes bens sejam mais atraentes para eles. Como é do conhecimento geral Angola está longe desta realidade devido os vários factores conhecidos.

Uma das maneiras de Angola estimular sua competitividade seria através da depreciação do kwanza em relação ao dólar. Sim! Mas, isso não será suficiente tendo em conta os grandes problemas estruturais que a nossa economia enfrenta.

Como qualquer medida económica, desvalorizar kwanza traz vantagens e desvantagens. Para Angola, traz vantagens em relação ao turismo, na medida em que estimula a vinda de turista estrangeiros e desestimula a saída de turistas que querem ir ao exterior, Facilita a entrada de capitais, incentiva operações de crédito em moeda estrangeira para investimentos.

O problema para Angolano, são as desvantagens e por sinal é onde a nossa economia neste momento perde mais, nomeadamente encarece produtos importados inclusive tecnologia, maquinas e até matérias primas como é o nosso caso ,dificulta o controlo da inflação etc. Porque o kwanza valorizado facilita o combate à inflação.

No contexto actual da economia Angolana, eu sou a favor de um kwanza forte. Porque kwanza forte, além de permitir aos seus usuários desfrutar mais bens por meio de mais importações que mais consumimos por sinal, também lhes propicia uma maior qualidade de vida. Viagens internacionais e outros produtos se tornam mais acessíveis aos consumidores. Os produtores nacionais, por sua vez, conseguem acesso mais barato a recursos e a bens de capital estrangeiros. Ainda que seus preços de venda no mercado interno se mantenham inalterados — em decorrência da solidez monetária — o resultado é que seus lucros tendem a ser maiores.