Cunene - Todas as sociedades têm uma história, desde a sua origem, passando pela sua evolução, ou decadência até ao seu momento actual e a sociedade angolana não foge a regra, Se fizer uma retrospectiva, não muito à origem do povo angolano, mas apenas ao tempo dos primeiros lutadores e defensor da soberania dos seus reinados que compunham a parcela do continente Africano que hoje se denomina Angola, veríamos uma realidade muito diferente.

Fonte: Club-k.net

Encontraríamos pessoas com um amor muito acentuado a pátria, pessoas que pensavam em primeiro no seu povo, depois a si mesmo, que eram capazes de dar a vida pelos seus ideais, pela defesa do seu território e principalmente pela liberdade do seu povo. Falo de pessoas como: Mandume Ya Ndemufayo, N’jinga Mbandi, Mutu Ya Kevela, Katyavala Buila, Mbula Matadi, Ekuikui, entre outras.

Agora a pergunta que se coloca é: será que os dirigentes que temos hoje não são descendentes destes grandes patriotas?

Por sim ou por não, não deixam de ser angolanos e neles correm sangue dos nossos ancestrais bantus. Mas a mentalidade de alguns tem vindo a seguir os ideais do ocidente, daqueles que defendem a criação de nova ordem mundial, que não se importam se os pacatos cidadãos morrem ou sobrevivam às dificuldades por eles causadas, aqueles que colocam os interesses pessoais acima dos interesses colectivos. Possuídos pela ganância do poder político e financeiro, de tudo fazem para deturparem a paz e a estabilidade social, que custou vidas de filhos angolanos que não pouparam esforços, que deixaram tudo para atrás para se dedicarem a causa nobre da nação e por ela foram dispostos a morrerem.

Partindo da idéia de que a nossa democracia é representativa, o que figura muito bem, porque não seria possível todos nós estarmos na Assembléia Nacional. Por isso votamos de cinco em cinco anos na eleição do presidente da república e dos deputados à Assembléia Nacional nos termos dos artigos 106o, 113o no 1, e 143o da Constituição da República de Angola.

A luz do artigo 141o CRA com a epígrafe; Definição, no seu no 2, diz que a Assembléia Nacional é um órgão unicameral, representativo de todos os angolanos, que exprime a vontade soberana do povo angolano e exerce o poder legislativo do Estado. Neste prisma faria a seguinte pergunta, será que o povo angolano, gostaria que os seus representantes fizessem política de cadeira vazia? Acredito que não. Elegemos os deputamos para prática de actos legislativos e de fiscalização dos actos do executivo e não para se furtarem do seu dever, em vez de fazerem a política de cadeira vazia, o ideal, no meu entender seria votar contra, porque aí se manifesta uma vontade clara. Desta situação me leva a pensar que a no regimento da Assembléia Nacional deveria ter algumas disposições legais que punem tais práticas.

Em suma a pesar de termos uma democracia embrionária,temos verificado que os cidadãos angolanos vêm, caminhando lado a lado com o crescimento dela, fica apenas um trabalho a dobrar por parte dos activistas sociais e continuar a mobilizar e consciencializar os cidadãos no sentido de manter a paz e a estabilidade publicas.

Ivo Tuapanda Muatihimunu, Licenciando em Direito

Ondjiva, 17 de fevereiro de 2015