Luanda - O número de consultas pré-natais nos hospitais de Luanda aumentou quase 60 por cento em 2014 face ao ano anterior, ultrapassando as 700 mil, segundo dados revelados hoje pelas autoridades de saúde da capital angolana.

Fonte: Lusa

Os números, que acompanham o aumento do número de unidades de saúde e de partos na província capital, foram divulgados no III Encontro Metodológico sobre Gestão da Saúde em Luanda, durante a apresentação do Relatório Anual Estatístico de 2014.

O documento, apresentado pela diretora provincial da Saúde de Luanda, Rosa Bessa, refere ainda que em 2014 foram realizados 165.355 partos em hospitais, um indicador do aumento de partos institucionais, que resulta igualmente de um maior número de unidades.

Luanda é a província mais populosa de Angola, com 6,5 milhões de habitantes, de um total nacional de 24,3 milhões de pessoas.

Os dados das autoridades provinciais de saúde indicam que do total de partos registados no ano passado, 62% foram realizados em hospitais da periferia e 38% nas unidades de referência.

Em termos de saúde materna, aumentou o acompanhamento pré-natal, passando das 442.450 consultas em 2013 para 704.440 no ano passado. A malária continua a ser a principal causa de morte indireta e as hemorragias a direta, entre mulheres grávidas.

No que diz respeito à mortalidade infantil, a malária foi a principal doença reportada nas crianças em 2014, com 561.372 casos, seguida das doenças respiratórias agudas (192.186), doenças diarreicas agudas (91.861), febre tifoide (29.002) e infeções de transmissão sexuais (3.260).

As doenças respiratórias agudas e as diarreicas agudas são as que mais afetam crianças menores de cinco anos, adianta o relatório, salientando que os casos de febre tifoide é mais frequente quando a criança adquire mais idade.

A disenteria predomina em crianças entre os dez e 14 anos, o que vai diminuindo com o seu crescimento.

Ao nível das recomendações, o documento aponta o aumento do número de unidades sanitárias na capital angolana, para dar resposta à grande demanda da saúde da população.

Luanda tinha até 2014 um total de 158 unidades públicas, mais cinco do que no ano anterior, sendo 14 hospitais, 65 centros de saúde e 79 postos de saúde.

Ainda no anterior, Luanda contava com 611 unidades sanitárias privadas, sendo 32 clínicas, 308 centros médicos, 68 postos médicos e 203 postos de enfermagem.

A necessidade de aquisição de equipamentos de radiografia e ecografia é outra recomendação, seguida da humanização no atendimento, a dinamização das equipas de melhoria de qualidade a nível provincial e municipal, para um melhor seguimento das atividades, bem como do atendimento da população nas unidades sanitárias.

Aumentar o número de recursos humanos foi igualmente recomendado, solicitando aos órgãos competentes a abertura de vagas nos concursos públicos de ingresso "de forma a colmatar a insuficiência do pessoal de acordo com as necessidades das unidades sanitárias e da sua expansão de rede".