Luanda - Os bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) manifestaram hoje a sua preocupação com a subida de preço dos produtos básicos, do desemprego e da delinquência em consequência da crise económica que Angola vive.

Fonte: Lusa

A atual situação de crise, provocada pela queda do preço do petróleo, foi hoje referida pelo presidente da CEAST, Gabriel Mbilingui, no seu discurso de abertura da primeira Assembleia dos bispos de Angola e São Tomé, a decorrer na província angolana do Moxico até à próxima quarta-feira.

Gabriel Mbilingui, que é também arcebispo da diocese do Lubango, considerou a crise económica o "verdadeiro calcanhar de Aquiles, que atingiu profundamente Angola", cujas consequências já se fazem sentir "pesadamente na vida dos angolanos e não só, sobretudo os mais pobres".

"Bastaria citar como exemplos, a subida de preço de todos os produtos básicos, o aumento do desemprego e do presumível aumento da delinquência", lamentou.

Segundo o bispo, muitos jovens estão a ver a sua formação académica, moral e espiritual, "fortemente ameaçada, pela corrupção que vê, na grave situação social, uma porta escancarada para a sua ação devastadora".

A nível social, os bispos da CEAST sublinham que continua o desafio da consolidação da paz, da reconciliação nacional, da implementação de uma verdadeira democracia, da justiça social para a construção duma Angola nova em todas as dimensões.

No encontro de uma semana, os bispos vão apresentar o esboço da Nota Pastoral alusiva às celebrações dos 40 anos da Independência de Angola, o esboço da mensagem "A Paróquia, centro da irradiação da Nova Evangelização" para o ano 2016, último do atual triénio de pastoral da CEAST, e a preparação da Assembleia Plenária do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM), a ter lugar em julho de 2016, em Angola.

O ponto de situação relativo ao processo de extensão da emissora vcatólica angolana, Rádio Eclesia, ao resto do país "na senda duma comunicação social que a Constituição de Angola e os angolanos querem ver mais plural e mais respeitadora dos seus legítimos direitos neste campo", vai ser merecer análise dos bispos nesse encontro.