Lisboa –  O Chefe do Serviço de Segurança e Inteligência Militar (SISM) , general António José Maria é acusado de ter  prendido pessoalmente no passado dia 9 de Março,  um coronel  da direção das tropas  especiais das Forças Armadas Angolanas (FAA) de nome  Ricardo Ndelessi Castro.

Fonte: Club-k.net

Por lhe ter interrompido nos  exercícios físicos

A detenção do “Coronel Ndelessi”, conforme é tratado,  aconteceu num momento em que ele se preparava para viajar em missão de serviço a província do Huambo na companhia de um outro oficial superior, identificado  apenas por “Tenente General Cruz”.

 

Na manha do dia em que estava programada a viagem ao planalto central,  o coronel  deslocou-se ao  Estado Maior  General (EMG), a fim de fazer fotocópia de documentos que levaria consigo. Porém, na entrada do quartel deparou-se com  guardas que lhe disseram que não podia entrar, porque  o general José Maria encontrava-se a fazer exercícios físicos, uma vez que não podia ser  incomodado.

 

Os guardas perguntaram-lhe pelo passe de serviço  e ele desculpou-se dizendo que devido a pressa da viagem tinha-os no carro tendo entretanto solicitado que o  permitissem entrar, para ir ao seu gabinete de trabalho,  uma vez que já lhe conheciam.

 

Durante a abordagem, com os guardas,  o general José Maria apareceu e pediu ao coronel Ndelessi,  a chaves da sua viatura, o que ele não concordou argumentado que não cometeu nenhuma infração.  Ndelessi retorquiu ainda que o seu superior, Tenente General Cruz estava no carro aguardando pelo seu regresso assim que terminasse de fotocopiar os documentos.

 

Entretanto, o general José Maria chamou alguns militares ordenando que conduzissem o coronel Ricardo Ndelessi Castro para a  secretaria do SISM onde o mesmo permaneceu das 6  da manha até as 16 horas daquele mesmo dia privado de comida e de  água para beber.  Logo a seguir, o detido foi levado para a Policia Judiciaria Militar onde se encontra para ser ouvido.

 

De acordo com fontes familiarizadas ao processo, o general José Maria terá baixado orientações para levarem  o caso ao Tribunal Militar. Porém, funcionários da Policia Militar, argumentam que não veem razões para levar o caso ao Tribunal mas para não desobedeceram o Chefe do Serviço de Inteligência Militar, vão  ouvir o coronel detido. (estava marcada,  uma audiência,  para  12 horas desta quinta-feira)

 

O episódio está a gerar sentimento de repulsa nas Forças Armadas Angolanas,  uma vez que o coronel foi detido  sem processo crime   e também  pelo facto do general José Maria não ser autoridade  judicial para efectuar detenções no exercito ou de  intrometer-se nos assuntos da Policia Judicial  Militar.

 

O Coronel Ndelessi é um oficial superior militar, que aderiu as FAA, no ano de 1991, após ter abandonado as extintas Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), de Jonas Savimbi.

 

A sua detenção ocorre num período em que os gabinetes  provinciais da UNITA fizeram declarações publicas denunciando que estavam em posse de documentos indicando que o regime do Presidente José Eduardo dos Santos  poria em marcha um plano de saturação contra ex-militares seus ingressados nas FAA, culminado em detenções, calunias  ou  atentados contra seus dirigentes traduzidos no desgaste do partido.