Luanda - Apresentado à audiência como um profissional experimentado, o que na verdade é, o jornalista português Luís Costa Ribas, antigo quadro da Voz da América, não teve a recepção que esperava, no recente seminário sobre comunicação institucional, promovido pelo Grecima.

Fonte: Club-k.net

Conhecido no mercado  angolano por causa da acutilância com que cobriu Angola enquanto foi uma das principais vozes do serviço em Português para África, condição que lhe valeu acesso, admiração e nalguns casos veneração, Luís Costa Ribas pelos vistos foi traído pela forma como alguns angolanos o idolatram, particularmente jornalistas jovens, cidadãos do interior e uns poucos na nomenclatura.

Segundo o que apuramos, caiu mal a forma paternalista e arrogante como este jornalista luso-americano se dirigiu à audiência, quando na verdade não trazia nada de novo. Como muitos outros, sobretudo portugueses, tomou a audiência como um conjunto de incautos, mal preparados. Pedante quanto baste, de resto marca comum a muitos portugueses que desembarcam em Angola, Luís Costa Ribas parece não ter percebido que além de jornalistas novatos  e mal preparados e assessores de imprensa feitos à pressa, havia na sala políticos tarimbados na política e na diplomacia.

Alberto Neto, veterano da luta de libertação com passagens pelas Forças Armadas e pela diplomacia, incluindo Washington, não foi pelos ajustes. Mais palavra menos palavra, terá dito o seguinte: nós andamos nisso há muito tempo,  e temos experiência para saber como se fazem as coisas em Washington.

O  mote foi uma referência de LCR segundo a qual o que estava ali a fazer era parte de um projecto para melhoria de imagem de Angola em Washington, o qual aparentemente lhe foi confiado, para o que contribuiu o “peixe” que vendeu ao Grecima, segundo o qual conhece Washington melhor do que ninguém. Se por um lado encantou alguns com referência à forma como se chega aos senadores e congressistas, por outro lado "bateu de frente" com os mais avisados.

Outros quiseram saber  como foi possível "arrolar" para este fórum alguém cuja formação profissional e académica nunca se cruzou com "comunicação institucional". Luís Costa Ribas está em Angola onde, além de trabalhar em comunicação institucional, também faz assistência na produção de programas de entretenimento, o que, segundo algumas fontes, não tem nada a ver com o que fez na VOA ou na SIC, onde conduzia um programa de informação.

O incidente de que foi protagonista é o segundo do género. Em meados do ano passado foi "travado" quando tentou debitar opinião num evento sobre captação de investimentos e diversificação da economia. A arrogância com que se apresenta em eventos destes parece ser a única coisa que sobrou do Luís Costa Ribas que visitava Angola nos anos de brasa.

Aparentemente comprometido com a condição de assalariado de uma instituição afecta ao Presidente da República, LCR evita os locais e as pessoas que visitava naquela altura. Ninguém em sã consciência, dizem algumas fontes, acredita que o mesmo Luís Costa Ribas que advogava a liberdade  de imprensa e que questionava a imparcialidade dos jornalistas angolanos fosse um dia acabar como acabou: completamente rendido aos “encantos” do poder em Angola.

* Carlos Pacheco