O Frei João Domingos, da igreja Católica, opõe-se à poligamia por considerá-la “um pecado”, já que vai contra o sacramento do Matrimónio. “No cristianismo, a poligamia é equiparada ao adultério e é tida como uma prática que entra em contradição com a igual dignidade do homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal”, observou.

O pastor da igreja do Bom Deus, Maluta António, diz que o facto de os homens terem várias mulheres é uma das que contribui para a disseminação do vírus da Sida. “Esta prática viola os direitos humanos da mulher”, acrescentou.

A proposta da ND liderada por Quintino de Moreira apenas colhe a concordância do mundo islâmico em Angola, estimado em cerca de 100 mil crentes, que a considera “uma medida certa”.

“O Islão permite que o marido possua até quatro esposas, desde que haja consentimento da cônjuge a respeito de contrair novas núpcias na constância do casamento, onde figura como essencial respeitar o direito de ´autoridade´ da mulher da primeira união sobre as demais e haver um trato igualitário do marido sobre todas as esposas”, disse ao NJ, Jaime Kianji, que aderiu ao Islão há seis anos, frisando que “as pessoas devem respeitar a proposta da ND”.

Uma fonte que trabalha na proposta da nova Constituição a apresentar pela coligação Nova Democracia disse que, “noutros lugares do mundo, a poligamia” existe sem estar necessariamente relacionada a questões religiosas”, justificando que ”em sociedades mais tradicionais da África Subsaariana, por exemplo, a prática é comum.  Mais do que ser aceita, a poligamia é incentivada entre os homens desses lugares”, acrescentou.

*D.F.
Fonte: Novo Jornal