Lisboa –  O Juiz do  Tribunal da Região Militar de Luanda, coronel Jerónimo Mateus Van-Dúnem   que inicialmente se recusava a  ceder “pressões superiores”,  acabou por condenar, nesta sexta-feira (20),  o oficial  das tropas especiais das FAA,   Ricardo Ndelessi Castro, a uma pena de três meses suspensos por dois anos.

Fonte: Club-k.net

Foi interrompido quando fazia exercícios físicos 

Ricardo Ndelessi, sai em liberdade mas  impedido de cometer  algum crime durante os próximos dois anos sob pena de cumprir cadeia efectiva. A sua condenação está a ser vista como uma intimidação ou demostração de poder por parte dos generais  da linha do   queixoso, António José Maria, o chefe dos Chefe dos Serviços de Segurança e Inteligência Militar (SISM).

O  coronel  Ricardo Ndelessi Castro foi culpado no seguimento do recente episódio em que  se supõe ter  interrompido o general José Maria quando este fazia exercícios físicos  e por se ter recusado entregar as chaves da sua viatura quando aquela alta patente o prendeu no Estado Maior General (EMG).

O Tribunal Militar  que até o passado dia 16 do corrente não via provas que incriminavam contra o coronel das tropas especiais, acabou por o julgar  nos termos dos  artigos 23o  e 48o  da lei dos crimes militares que invocam ofensa ao superior hierárquico.

O primeiro artigo (sobre ofensas ao superior) determina que “o  militar que ofender, por palavras ou acções não violentas um superior, será punido com a pena de prisão”. Já o artigo 38o , (sobre conduta indecorosa), invoca que “o militar que  praticar acção indecorosa q atente gravemente contra a honra militar , será punido com pena de prisão”.

De realçar que o  coronel  Ricardo Ndelessi Castro foi detido na manha do passado dia 9 de Marco,  quando pretendia entrar no  quartel, para fazer fotocópias para levar consigo numa missão de trabalho a província do Huambo. Os guardas do general  Zé Maria impediram-lhe de entrar no EMG sob alegação de que aquela alta patente do regime estava a fazer exercícios físicos e que não podia ser incomodada. O coronel implorou a sua  entrada, até ao momento em que Zé Maria aproximou-se e solicitou-lhe a entrega das chaves da sua viatura. Este recusou invocando que não cometeu infração resultando na sua detenção imediata. Dias depois foi apresentado aos órgãos de justiça das forças armadas angolanas (FAA).