Devolverem ao povo angolano
tudo qe foi roubado

Pois, o continente africano para nossa pouca sorte, carece de líderes credíveis e exemplares. Os que temos nem sei como os considerar, até porque eles bem sabem aquilo que são apesar das constantes simulações. Será que Obama, conseguirá democratizar o continente africano?

Mudar a consciência bruta e humanizar o comportamento demasiadamente maldoso dos nossos governantes, que perdem maior parte do tempo das suas vidas planejando mortes de adversários políticos e roubando aquilo que é pertença de todo um povo. Portanto julgo importante ter presente, que B.Obama perdeu parte do seu tempo pensando, partilhando ideias, na procura de soluções para este mundo cada vez mais injusto e perverso. Será que conseguirá ?

Se considerarmos que é a corrupção desenfreada que faz escapar milhões de dólares anualmente que vão parar para as contas dos familiares, amigos, comparsas e do próprio presidente e que este montante, caso fosse empregue na saúde e educação haveria de modificar, as gerações vindouras, poderíamos desenvolver um novo sistema de cultura que fizesse o angolano entender que: o facto de ser honesto ajuda a si próprio, sua família e seus entes mais queridos.

Haver vamos, que influência exercerá a política que Obama tem elaborado para com o continente africano. A festa acabou, as lâmpadas se apagaram, as bandeiras se encolheram, as lágrimas secaram, o povo silenciou e a multidão desapareceu. Restaram as promessas sobre uma economia em crise e com muito mais problemas e perguntas do que soluções e respostas.

Restaram milhares de militares no Iraque em Afeganistão, em guerras insanas, desejosos de regressarem para casa junto de suas famílias. Restou um peso de vários anos da era Bush, onde os EUA unilateralmente, comandavam as regras do jogo político internacional.

Restam aspirações, ansiedades e expectativas populares cuja resolução está muito acima da capacidade de um governo e de um presidente, por mais dinâmico e poderoso que seja. Mas restou, sobretudo, um imenso vazio do poder em nível mundial, uma liderança internacional fortemente arranhada pela crise financeira e que agora terá de dividir com outros países as grandes tomadas de decisão.

Os EUA hoje têm” telhado de vidros e pés de barro” Constituem um gigantesco organismo vivo, cuja nudez exposta revela chagas e fissuras, por todos os poros. O discurso da tomada de posse foi marcado por uma tonalidade fortemente messiânica. Remetendo-se aos fundamentos da América, a bíblia e ao próprio Deus. B.Obama apresenta os EUA como uma nação que haverá de salvar o mundo, levando a paz,a democracia e a liberdade a todos os povos e nações incluindo os muçulmanos. Conseguirão?

Não sei com que jeito... A esperança foi pelo menos a pedra fundamental de suas palavras emocionadas e electrizantes Mas essa atitude costuma levantar expectativas de mudanças muito acima da capacidade de realização. A médio e longo prazo, isso pode significar frustração e desencanto. Resta saber, como essas palavras irão traduzir-se em acções, nos próximos quatro anos! Aliás, seus antecessores não fizeram praticamente o mesmo?

Nos tempos da guerra fria a política internacional tinha adquirida uma natureza claramente bipolar “EUA & URSS” giravam como planetas os demais países. Depois da queda do muro de Berlim, tal política toma um carácter unipolar, com forte liderança norte americana. Agora, com a queda do” muro financeiro” da economia mundial, transita para uma liderança multipolar, tanto do ponto de vista da economia quanto política. Nela os EUA, pouco mais são do que um parceiro entre outros. Como se comportará Obama neste momento de transição?

O que fará para recuperar a liderança de seu país, como insistiu em seu discurso de posse? Entre a pressão interna e externa, qual será sua linha de acção? Todos torcemos por mudanças no panorama mundial em especial no continente africana onde muita coisa terá mesmo de mudar se não quisermos perder o comboio da civilização e desenvolvimento.

Esperamos que ele B.Obama não se esqueça de que essa casa branca, hoje sua residência, foi construída por escravos negros, muitos deles vindos de Angola, Benim, S.  Tome etc. Nós angolanos especialmente, esperamos que ele consiga convencer dos santos e sua camarilha, a devolverem ao povo angolano, tudo aquilo que vêm roubando, desde que tomaram as alavancas do poder. Oxalá ele não se esqueça disto.

Obama provará no governo que suas ameaças de guerra contra Irão e Paquistão, não foram mais do que palavras proclamadas para seduzir ouvidos difíceis durante sua campanha eleitoral. Ele que não caia por nenhum momento na tentação de repetir as façanhas de George W.Bush. Ao fim ao cabo, Obama teve a dignidade de votar contra a guerra do Iraque, enquanto o Partido Democrata e o P.Republicano ovacionavam o anúncio dessa carnificina.

Oxalá essa crise actual que esta sacudindo os cimentos imperiais, sirva ao menos para dar um banho de realismo e de humildade a este governo de Obama que começa. Obama aceitará que o racismo seja normal quando exercido contra os países que seu país invade?

Não é racismo contar um por um os mortos dos invasores no Iraque e ignorar olimpicamente os muitíssimos mortos entre a população invadida? Não é racista este mundo onde há cidadãos de primeira, segunda e terceira categoria, e mortos de primeira, segunda e terceira?

A vitória de Obama foi universalmente celebrada como uma batalha contra o racismo. Oxalá que ele assuma, a partir de seus atos de governo, esta formosa responsabilidade. Esperemos que Obama tenha a coragem de romper com essa podre tradição de partido único, disfarçados de vários como em Angola, Zimbábue e outros países Que na hora da verdade, fazem mais ou menos o mesmo ainda que simulem uma disputa entre vários.

Que B.Obama ajude a eliminação de tantas leis selvagens, existentes no continente africano que no fundo beneficiam sempre os ladrões no poder, impossibilitando as mudanças de governo. Basta vermos as leis que ditaram o afastamento de vários partidos políticos em Angola, por não conseguirem aquilo que os ladrões sempre conseguirão, uma vez que são os detentores de toda uma fortuna do nosso país.

Naturalmente, enquanto as coisas assim se mantiverem será muito difícil, haver mudanças. Mesmo hoje há quem diga que mudanças só mesmo se partirem dentro do próprio famigerado governo. Como assim? E quais?
Se são todos farinha do mesmo saco? Oxalá que B.Obama dê um jeitinho se não deixar-se embalar pelas ofertas fabulosas de sempre, que até já devem estar na forja dos especialistas mwangolês em artes maquiavélicas e diabólicas.


* Fernando Vumby
Fonte: Club-k