Luanda - Os populares do bairro do Calumburaco em Benguela confrontaram no passado dia 29 de Março de 2015, a Policia de Intervenção Rápida quando os impedia de escavar uma vala para evacuação das aguas que se ameaçam destruir as suas residências.

Fonte: Club-k.net

O jornalista Zé Manel que assistiu conta na sua página do facebook o sucedido:

E o povo venceu

Mais de 300 cidadãos do bairro do Calomburaco e arredores, munidos de pás, enxadas e picaretas, começaram na manhã deste domingo a romper a barreira de pedra colocada pela empresa odebrescht a quando do desassoreamento do rio cavaco, para se livrarem das águas das chuvas de quarta-feira última que estão a derrubar paulatinamente as suas residências.

Já ao meio dos trabalhados de rompimento, um dispositivo da polícia anti-motim compareceu no local e desbaratou a população no local com o uso de gás lacrimogéneo e disparos de descaragas eléctricas com armas do tipo TASER. No local vários jovens atingidos pelos choques eléctricos, ficaram inanimados durante 30 minutos.

Enquanto a polícia anti-motim cumpria o seu papel uma delegação encabeçada pelo director das obras públicas, incluindo técnicos da odebrescht, inspeccionaram o local e decidiram dar razão ao povo e foram já mobilizados tractores para darem abertura a uma vala que vai permitir encaminhar as águas que inundam os bairros afectados para o rio cavaco.

Pelo que vi no local, ficou patente que o executivo de Benguela está a trabalhar as cegas quanto a gestão das alternativas para diminuir os impactos directos junto da população, das águas das chuvas que vão caindo na região. Quatro dias depois das chuvas, a solução para os moradores do bairro do Calomburaco só foi resolvida parcialmente devido a pressão e manifestação popular que lhes custou “bastões” da polícia.

Esta solução não foi logo estudada após a primeira constatação de uma equipa técnica do executivo local porquê?

Foi preciso colocar na rua uma força policial, treinada para actuar em situações crise se segurança , quando a solução estava a vista até dos próprios populares que (sem títulos de engenharia), foram alertando para o perigo da obstrução das bocas de drenagem?