Luanda - Integra da intervenção do Secretário Geral da Juventude Patriótica de Angola,  no acto comemorativo do III o aniversário da CASA-­CE.

Fonte: CASA-CE 

No âmbito das tarefas para a fundação da CASA-­CE, o primeiro momento público deste percurso foi o célebre “discurso do Alvalade” proferido pelo político Abel Chivukuvuku, no dia 12 de Março de 2012, em Luanda, município da Maianga, Hotel Alvalade, onde anunciou a sua desvinculação da força política em que militava e a intenção de criar e dirigir uma nova formação político­partidária, que veio a ser a CASA­CE.

Para a JPA, o dia 12 de Março representa o renascer da esperança para uma vida melhor para todos jovens em Angola.

Entre 12 de Março e 1 de Abril de 2012, houve esforços gigantescos que culminaram com a realização do Iº Congresso da CASA-­CE, que teve lugar nos dias 3 e 4 de Abril de 2012, em Luanda, município de Belas, no Centro de Convenções de Talatona. Eis porque comemoramos hoje, o IIIº aniversário da CASA­-CE.

Em homenagem à este esforço titânico, é salutar reconhecer que há uma categoria de membros fundadores da CASA­-CE, que não devem considerar-­se donos da CASA-­CE, pois a CASA pertence à todos angolanos e angolanas.

Entre 3 de Abril de 2012 e 3 de Abril de 2015 a CASA­-CE cresceu, surpreendeu o país e o mundo, com a sua criatividade e capacidade mobilizadora da juventude. No Parlamento se bate pela legalidade, legitimidade e fiscalização da acção do executivo em prol dos interesses da população. No país e na diáspora implantou ­se como nunca tinha ocorrido com nenhuma formação política emergente depois de 1975.

O seu presidente, Dr. Abel Chivukuvuku, revolucionou o modo de fazer política em Angola, com o programa 15/15, que o leva a estar menos no gabinete e mais em municípios, comunas, bairros, aldeias, ruas, nas lamas, nas águas paradas, nos autocarros, nos táxis abraçando e transmitindo esperança e fé na mudança aos cidadãos.

Todavia, a CASA­-CE não deve adormecer neste sucesso político. Deve empregar novas formas de acção para surpreender positivamente o país e ganhar as próximas eleições. Para tal, deve ganhar os seguintes desafios internos: a) transformar­ se, de jure, em Partido Político; b) ser mais engenhosa e afincada na organização e estruturação nas comunas, bairros, aldeias, quarteões, ruas, etc; c) pressionar o regime para admitir os representantes da CASA­-CE nos órgãos do Estado de que tem direito, como por exemplo na CNE; d) recrutar e melhorar continuamente a participação da juventude e das mulheres na execução de tarefas e na tomada de decisões; e) continuar a apostar no voluntarismo, sacrifício, criatividade e mérito como principais critérios de promoção dos dirigentes, sem desprimor a especificidade da coligação.

Excelências, hoje é consenso geral de que os angolanos e angolanas já não estão preparados para suportar mais cinco (5) anos de governação do actual regime. Pois, volvidos 40 anos de independência; 23 anos de implantação formal do multipartidarismo; 13 anos de paz das armas verifica­-se que:

a) os líderes da oposição e das organizações da sociedade civil não têm, rigorosamente, nenhuma oportunidade para apresentarem os seus programas e ideias em directo e de forma regular, nos órgãos de comunicação social públicos. Isto é ditadura;

b) os angolanos estão proibidos de criarem rádios e televisão; a imprensa livre é asfixiada; não se permite a extensão, ao nível nacional, do sinal de rádio que não pertença à membros e amigos da casta no poder. Isto em pleno século XXI, não é só ditadura é arcaico, é primitivo!

c) o regime promove activa ou passivamente o saque e a roubalheira do erário público, como forma de empurrar a maioria para pobreza e de tornar uma pequena casta como a mais rica de Angola, de África e de Portugal. Isto é injusto e ilegal;

d) nenhuma cidade, vila ou aldeia angolana beneficia, de forma regular, contínua e eficiente, de água potável energia eléctrica e de estradas boas e duráveis. Isto é incompetência;

e) continua-­se a culpabilizar as populações em relação a construção anárquica de casas em zonas perigosas, as chuvas e as mortes resultantes destes fenómenos.

Recuzaram-­se a decretar luto nacional perante a tragédia que assolou Lobito. Isto é irresponsabilidade e insensibilidade;

f) continua­-se a violar os Direitos Humanos, sobretudo com o impedimento de manifestações, repressão de manifestantes, perseguição chantagista e até assassinato de activistas cívicos, jornalistas e de Partidos Políticos da Oposição. Isto é criminoso;

g) não se promove reflexão, debates contraditórios sobre os principais problemas da sociedade e do mundo nos espaços públicos, onde só se fomenta propaganda política barata, adoração e bajulação aos líderes e reprodução de uma só visão e discurso. Isto é promoção da mediocridade, bajulação e irracionalidade!

Está claro que a maioria absoluta deste regime é asfixiante, insensível, insaciável, arrogante, humilhadora, discriminatória, predadora. Esta realidade está a empurrar o país para um beco sem saída. Quanto mais tempo levar para sair deste beco, maior será o fosso de desenvolvimento humano com outros países africanos, inclusive Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Pois, estes países: a) estão a se transformar em sociedades de conhecimento e de informação e não brincam com a diversificação da economia, enquanto Angola continua a ser uma sociedade de propaganda e de endeusamento dos líderes; b) Consideram normal a alternância política, promovem um forte e contraditório debate político, cientifico, tecnológico que envolve todos em busca de melhores e renovadas vias para desenvolver as sociedades e oferecer melhores condições de vida às suas populações.

Todos jovens devem considerar: a abertura e despartidarização da comunicação social pública, a fiscalização da acção do executivo por parte de outros órgãos de soberania e a realização de eleições livres e justas como premissas inegociáveis, tal como a manutenção da paz e o não uso da violência para a conquista do poder político.

Para tal, ninguém deve ser mero espectador do cenário da luta política. A juventude angolana deve ser activa e seguir o exemplo da juventude do Senegal, Nigéria, Ghana e Cabo Verde que mudaram os regimes, sem perseguições, vinganças, retrocessos, e proporcionaram ao seu povo novos líderes e novos métodos para resolver os problemas e dinamizar os processos democráticos e de desenvolvimento.

Estimados jovens, em cada fase da história de Angola, surgiram sempre líderes e organizações que interpretaram fielmente os interesses dos angolanos e tomaram dianteira para a sua realização. O líder de momento é Abel Chivukuvuku e o movimento da actualidade é a união de todos, a CASA, com vista a sairmos deste beco escuro para realizarmos Angola e os angolanos, pois é perfeitamente possível.

Luanda, aos 3 de Abril de 2015

Viva a Angola, viva os angolanos, viva a CASA-­CE Que DEUS abençoe Angola e os angolanos!