Luanda - As reservas internacionais angolanas atingiram em janeiro os 26.957 milhões de dólares (24,6 mil milhões de euros), uma queda de 1,89 por cento face a dezembro, mas segundo estimativas governamentais a situação deverá agravar-se durante o ano.

Fonte: Lusa

bna1.jpg - 31.27 KBA informação sobre as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) em janeiro consta do mais recente boletim do banco central sobre o Panorama Monetário em Angola, ao qual a Lusa teve hoje acesso, e compara com os 27.478 milhões de dólares (25.135 milhões de euros) de dezembro.

As reservas do início do ano ainda garantiam à volta de seis meses das necessidades de importações por Angola. Contudo, na revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, aprovado em março e que surge face à forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo, o executivo angolano já prevê uma descida dessas reservas para cinco meses.

Devido à crise da cotação do crude, que fez as receitas fiscais petrolíferas de Angola caírem para cerca de metade nos últimos meses, e, por consequência, a entrada de divisas (dólares) no país, o Governo prevê uma redução de 28,4% nas mesmas reservas em 2015.

“Na eventualidade de a situação de crise perdurar durante todo o ano, a perda de RIL poderá elevar-se a -8.005,39 milhões de dólares [7,3 mil milhões de euros], posicionado o ‘stock’ de RIL em 19.277,18 milhões de dólares [18 mil milhões de euros]”, lê-se no documento que sustenta o novo OGE de 2015.

As reservas contabilizadas pelo Banco Nacional de Angola são constituídas com base em disponibilidades e aplicações sobre não residentes, bem como obrigações de curto prazo.

Incluem-se ainda as reservas angolanas de ouro, que em dezembro subiram para quase 79,291 mil milhões de kwanzas (668 milhões de euros).

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana, atividade que representa cerca de 98% do total das exportações do país.

O setor garantiu em 2013, segundo o Ministério das Finanças, 76% das receitas fiscais angolanas, mas o seu peso deverá descer este ano para 35,5% devido à forte redução da cotação do crude no mercado internacional.

Na crise petrolífera de 2009, as RIL angolanas reduziram-se até aos 13 mil milhões de dólares (11,8 mil milhões de euros), o que obrigou o Governo angolano a pedir um empréstimo ao Fundo Monetário Internacional no valor de 1.375 milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros).