Luanda - Desde o ano lectivo de 2014, que Angola introduziu a disciplina de empreendedorismo no currículo do ensino secundário 7a a 12a classe. Pois, isso demostra a importância que o executivo dá aos empreendedores como condutores da economia de mercado.

Fonte: Manchete

Ser empreendedor é sobretudo uma atitude, mais do que qualquer outra coisa. É a atitude para explorar novas oportunidades, para assumir riscos e criar coisas novas. Hoje, precisamos desta atitude a vários níveis: a nível individual, porque o empreendedorismo é uma via eficaz para a auto- realização e felicidade; a nível organizacional, porque as empresas precisam de uma cultura de empreendedorismo para sobreviver (no dia em que uma empresa acha que está segura na sua velocidade cruzeiro, torna-se um alvo perfeito para a concorrência); e por fim, a nível das sociedades, porque o empreendedorismo já provou ser uma poderosa solução para os problemas que os governos não conseguem resolver.

O empreendedorismo é o principal fator promotor do desenvolvimento económico e social de um país. O papel do empreendedor é identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo, algo que não é feito em Angola perante a situação em que nos encontramos. Momentos de crise sempre geram dificuldades e oportunidades. Uma das oportunidades é a chamada de atenção ao empreendedorismo, como possível saída ou mesmo solução para a crise e sobretudo para diversificar a economia e criar mais postos de trabalho. O País precissa de diversificar a economia, arranjar outras alternativas para gerar receita, uma das habituais opções é o empreendedorismo.

Actual momento que o País vive, é uma oportunidade para os empreendedores estarem no foco de todas as atenções, com ferramentas, concursos e financiamento de projetos, vindas de várias organizações e instituições.

Todos pensamos, ou quase todos, que uma recessão tem efeitos contraditórios no empreendedorismo. Por um lado, as dificuldades económicas diminuem as possibilidades de criar uma

empresa bem-sucedida, mas por outro lado, essas dificuldades trazem consigo um maior número de pessoas desempregadas, que podem ver na criação de uma empresa a solução da sua situação. É importante desenvolver a nossa capacidade de empreender. Não só ao nível profissional mas também ao nível pessoal, promovendo uma atitude activa, em que cada um faça parte da mudança que quer ver surgir. Outra coisa facilmente reconhecida são as atitudes empreendedoras dos imigrantes. A coragem de partir para outro país à procura de uma situação de vida melhor para nós e para a nossa família é já um grande ato de empreendedorismo. É quase certo que este objetivo de melhoria de condições de vida passará pela obtenção de um trabalho. E o que temos verificado é que a vontade de vencer, por parte dos imigrantes, não se reduz apenas ao trabalho por conta de outrem. São muitos os imigrantes que têm uma história de sucesso conseguida através da criação do próprio emprego.

A crise de hoje pode, à semelhança do que já aconteceu no passado com outras economias, levar à emergência de novos sectores e à criação de novas empresas. Esta ameaça (crise) pode ser transformada numa oportunidade para o empreendedor desenvolver a sua ideia de negócio e implementar a mesma numa conjuntura que, à partida, parece desfavorável mas que pode ser considerada um “recanto” de mercado.

* Docente Universitário