Luanda - Hoje contactei os advogados da associação Mãos Livres afim de intentar uma ação judicial contra o jornal semanário AGORA, propriedade da empresa Nova Vaga (Score Media), e especificamente contra o seu director Ramiro Aleixo.

Fonte: Facebook

Passaram-se um mês e meio desde que me auto-demiti do mesmo jornal semanário, isto após ter trabalhado por 5 meses sem ver a cor do meu salário, num jogo de desonestidade e má fé do director do jornal, Ramiro Aleixo.

Eu respeito o senhor Ramiro Aleixo por ser, na minha opinião, um excelente profissional e experiente jornalista, e director de um órgão de comunicação social respeitável; infelizmente é tido por vários jornalistas como um líder sem peito para defender os direitos dos seus subordinados diante da entidade patronal do jornal, chegando até a ser considerado uma pessoa que explora, burla, mente e frustra vários jornalistas, sobre tudo jovens inexperientes e desesperados (para um primeiro emprego).

Passado 5 meses, trabalhando em cima de promessas do senhor Ramiro Aleixo, decidi abandonar o jornal, deixando uma carta de demissão a 3 de Março de 2015, solicitando que resolvessem a dívida no período de um mês.

Na quarta-feira, 8 Abril de 2015, regressei ao jornal e o director Aleixo continuava com o mesmo discurso de que não havia resolvido a situação. Daí que afirmei que passavam-se 6 meses, que o director não foi capaz de defender os meus direitos perante os donos da empresa, e que chegara a hora de eu usar os meus métodos para pressiona-los a pagarem o que me devem. Subitamente o rosto do director Ramiro Aleixo ficou roxo e indignado, afirmando que era desnecessário eu contactar um advogado ou ir ao tribunal. Saí do escritório dele, com a promessa de contactar um advogado.

No entanto, pela primeira vez decidi contactar a senhora Sónia, chefe do departamento dos recursos humanos da empresa proprietária do jornal AGORA e fui informado que apesar de ela conhecer o meu nome, nunca recebeu nenhum documento ou solicitação para a minha efectivação e que eu não existia naquela empresa.

Apresentei à ela a minha declaração de trabalhador assinada e carimbada pelo director Ramiro Aleixo, e adicionalmente a minha carta de demissão, onde o director acusa a recepção e mais uma vez promete resolver a situação. A senhora Sónia ficou chocada com a declaração, revelando que somente os recursos humanos tinha o direito de passar declarações aos trabalhadores. Acrescentou que tudo aquilo era um acto de má fé por parte do director Ramiro Aleixo, sendo também que eu não era o primeiro jornalista a ser vítima do mesmo, passando pela mesma situação.

A senhora Sónia fez cópias dos documentos que apresentei e prometeu apresentá-los aos donos da empresa.

No mesmo dia, quando eram 20h21, o director Ramiro Aleixo ligou-me solicitando que eu fosse devolver a declaração de trabalhador que outrora emitiu para eu exercer o meu trabalho, justificando que o mesmo documento "não tinha nada a ver" com a situação a ser resolvida. Retorqui que não tinha a mínima intenção de manter a mesma declaração em minha posse e que faria a devolução, tão logo ele resolvesse a minha situação. Ramiro Aleixo bravou, numa conversa que durou 7 minutos, chegando a ameaçar-me de que se eu não fosse devolver a declaração, usaria outros métodos para me forçar a fazê-lo. Disse também que recebeu um e-mail da dona Sónia e que deu a devida resposta, sendo que ela não era a pessoa indicada para resolver os actuais problemas dos trabalhadores. Mantive-me firme em minha posição e ele terminou a conversa dizendo que nunca mais iria me ligar, e que qualquer comunicação seria feita por escrito.

Para mim, aquilo foi uma tentativa de me receber a única prova que tenho, onde o director afirmou que eu era trabalhador do jornal Agora, exercendo a função de jornalista.

Posto esta publicação porque sinto-me muito injustiçado pelos actos de desonestidade e má fé por parte do director do jornal AGORA, Ramiro Aleixo, que perdeu a minha consideração pela desonestidade.

Alguns jornalistas perguntaram-me se aquilo não era um acto do MPLA para me inviabilizar a vida, encurralando-me na impossibilidade financeira. Não sabia o que responder. Apenas sei que tive muita paciência e fui muito compreensível com ele, até descobrir que eu sou apenas mais um de vários casos perpetrados pelo mesmo.

Sendo assim, informo que hoje apresentei o caso (com as provas) aos advogados das Mãos Livres e estou decidido, se for possível, a ir ao tribunal.