Luanda - A barbaridade que a bem poucos dias tomou o palco das redes sociais contaminando o seu alvoroço às artérias da cidade capital como vozes gritantes em uníssono, cuja repercussão atingiu sem demora os debates numa magnitude social de vária ordem, foi o tema que nos convimos a escreve – lo, interpretando tal tema desde o ponto de vista médico.

Fonte: Club-k.net

Neste artigo, nos focaremos à repercussões biológicas do acto oriundo de um ciúme doentio gerando uma agressão hedionda, resultando o corte de cabelo e a introdução de gindungo nos órgãos genitais.

Ao longo dos tempos, a dúvida sobre os fenómenos ciumentos suscitava no homem uma curiosidade exclusiva, todavia, o homem apertado pela tensão advinda de tais mistérios ciumentos que aterravam na sua cabeça, induzindo – lhe abalo e pavor sem resposta ao longo do percurso da vida, era forçado a desvendar segredos a todo custo, talvez, neste mesmo prisma hoje, aconteceu o acto dramático da introdução do gindungo nos órgão sexuais, desvendar segredos, estava na base do crime, a acusação de que a menina Neth não tinha bom génio, feita pelo namorado da amiga, não encontrava espaço no mundo real, pelo queforçou aos impulsionadores do litígio a montagem de um espetáculo reprovável pela especulação social.

 

Génese fisiológica do ciúmes.

O ciúme foi sempre causa de inúmeros transtornos desde épocas remotas, atraindo para seu alcance danos físicos e morais, realizado num momento em que a consciência encontra – se alheia, sem norte, no que tange a discrepância entre o bem e o mal, deixando – se a ira tomar conta de tudo, cujo arrependimento não tarda de aparecer, porém, a sua vinda é sempre inoportuna. Assim no ciúme não se calcula, não se mede o impacto negativo do acto, por mais reprovável que o mesmo for, o autocontrolo, o autodomínio, encontram – se ausentes durante o escândalo do ciúmes.

O ciúme é uma sensação desagradável de temor ou perda expressado por alguém que ama outrem, sendo a pessoa amada a depositária de todo desejo ou paixão.

Ciúmes envolve sempre três ou mais pessoas, a pessoa que sente ciúmes - sujeito activo do ciúme -, a pessoa de quem se sente ciúmes - sujeito analitico do ciúme - e a terceira ou terceiras pessoas que são o motivo dos ciúmes – as que fazem criar tumulto.

Esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, vergonha de se perder o amor da pessoa amada. O ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e, quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão.

Segundo estudo da Universidade de Haifa, em Israel. Pesquisas científicas que estabelecem a diferença entre o ciumes feminino e masculino apontam que os parâmetros fisiológicos dos homens estão mais voltados para a agressão -aumento do batimento cardíaco e taxa de respiração. Já para as mulheres os dados foram mais complexos, não tão coesos quanto para os homens”.

Por mais incrível que possa parecer, o ciúme é controlado pela mesma estrutura cerebral responsável pela dependência de drogas: o núcleo accumbens. Esta região cerebral faz parte do nosso sistema de recompensa, que nos motiva a buscar e proteger o objeto do nosso desejo. A principal substância que controla este sistema de recompensa é o neuro transmissor Dopamina, relacionado à sensação de… Contudo, há uma outra substância, o hormônio chamado ocitocina – produzido em massa, mediante a visão da pessoa amada –, que faz aumentar a produção de dopamina liberada no núcleo accumbens. A hipótese neurobiológica principal para o ciúme é que as pessoas muito ciumentas são muito mais sensíveis à estimulação da ocitocina. Ou seja, ao ver a pessoa amada, ouvir sua voz, ou perceber qualquer estímulo que remeta à lembrança dela, a ocitocina hiperestimula a liberação da dopamina, que hiperestimula o núcleo accumbens, que torna a pessoa fissurada pela amada. Desta forma, qualquer tempo longe da pessoa que ama, vai gerar uma “crise de abstinência amorosa”, tornando a pessoa ciumenta, uma verdadeira dependente química do amor, necessitando estar sempre próximo e monitorando a pessoa amada. Quanto maior a intensidade desta dependência, maior será o grau do ciúme.

 

O efeito lesivo do gindungo sobre os órgãos sexuais externos.

A introdução de gindungo em órgãos genitais, constitui um acto severamente reprovável ao olhar humano, um acto desumano e imoral, que somente os extintos o comandam, uma vez que os efeitos farmacológicos do gindungo nestes órgãos são altamente lesivos chegando aosextremos.

O gindungo cujo nome científico é capsicum frutescens, é uma substância bem assimilada pelo tubo digestivo, é um arbusto de pequeno porte pertencente a família das solanáceas, gênero Capsicum, cultivado nas regiões tropicais da América, em Portugal, e em África, o mesmo está constituído por folhas ovais, acuminadas, flores alvas e bagas fusiformes, vermelhas, com um paladar muito picante.

Desde o ponto de vista histórico os membros da tripulação de Cristóvão Colombo constituem os primeiros que explicaram o paladar picante do gindungo, e espalharam essa substância por outros lugares, por terem contacto com esta espécie de picante, quando os mesmos desembarcavam para as Ilhas de Caraiba. Antigamente o gindungo servia de iguaria nobre e de medicamento ao mesmo tempo.

O gindungo é um fármaco rico em vitamina C, ácido fólico, betacaroteno, vitamina E, magnésio, ferro e aminoácidos, além de diversas substâncias anticancerígenas, destaca-se pela alta concentração da capsaicina e baixíssimos teores de piperina, o que faz com que seus efeitos no organismo humano sejam benéficos.

Porém, esta substância é letal ao ser colocada nos órgãos genitais femininos externos ou na mucosa ocular, o gindungo colocado na vagina desencadeia uma dor horrível, insuportável, que a mesma a seguir desencadeia – se um prurido intenso e mal-estar geral, pois que a mucosa vaginal não foi constituída com capacidades para metabolizar o gindungo, colocado em grandes quantidades pode- se até chegar a estados alarmantes que põem em causa a própria vida, como um todo.

Ao colocar o gindungo nos órgãos sexuais femininos externos a primeira coisa que o gindungo faz é estimular os nociceptores, desencadeando – se um impulso aferente que é enviado ao sistema límbico (tálamo) sobre o fenómeno desenvolvido, o tálamo processa esses sinais e transforma em potencial de acção, traduzindo a resposta emocional e fisiológica em desagradável, a actividade dos chamados receptores da dor é modulada por substâncias químicas chamadas algogênicas, liberadas em elevada concentração no ambiente tecidual onde o gindungo desencadeou um processo inflamatório local, assim são liberadas as seguintes substâncias: acetilcolina, prostaglandinas, substância P, histamina, seratonina, bradicinina, radicais ácidos e iões potássio, porém, um outro fenómeno serádesenvolvido que é o fenómeno de hipersensibilidade imediata mediado por mastócitos, cuja sua forma sistêmica pode chamar – se reacção anafilática ou choque anafilático que pode ser letal, de então a mulher pode sentir comichão intensa para além da dor desencadeada pela histamina, e não se sabe se o gindungo mata ou não mata o Bacillus de Döderlein são bacilos da flora vaginal, que se nutrem de glicogênio, produzido por células contidas na vulva.

Tais bacilos produzem ácido lático que é essencial para manter o pH da vagina ácido, ajudando a evitar que bactérias oportunistas se proliferem, causando doenças. Neste contexto se o gindungo matar esses bacilos para além do processo inflamatório focal podemdesencadear outras enfermidades do fórum ginecológico advindas da decadência do PH vaginal. Outro fenómeno que ocorre é a vulvovaginite química, causada pela lesão química da mucosa vulvo vaginal desencadeada pelo gindungo ao nível focal.