Luanda - O partido no poder em Angola, MPLA, ameaçou suspender os debates parlamentares mensais depois da oposição ter boicotado um debate sobre o salário mínimo na passada sexta-feira.

Fonte: VOA

O debate havia sido pedido pela Casa-CE, mas foi boicotado pelos partidos da oposição que abandonaram a sala depois de a imprensa ter sido impedida de assistir ao mesmo.

A oposição, que classificou a decisão do Parlamento de censura, adverte ainda o partido governamental para as consequências que podem resultar da decisão de suspender esses debates.

O chefe-adjunto da bancada parlamentar da Unita Adalberto da Costa Júnior disse nesta segunda-feira, 25, à VOA que a supressão dos debates ou a revisão do seu formato é contra os interesses dos angolanos.

Costa Júnior afirmou ainda a decisão de proibir o registo dos debates por parte dos jornalistas foi tomada por causa da sensibilidade do tema proposto.

O protesto da oposição foi descrito como sendo “radical” pelo chefe da bancada parlamentar do MPLA Virgílio de Fontes Pereira que admitiu a possibilidade de os debates virem a ser eliminados, supostamente porque as exigências feitas são contra o regulamento do Parlamento.

O deputado da Casa-CE Alexandre Sebastião declarou também que o aviso de Virgílio de Fontes Pereira revela que existem verdades que o MPLA não quer que se oiçam.

Sebastião avisou que a suspensão dos debates será mais um passo para a ditadura.

Os dois deputados disseram que a oposição não abandonou a sessão, mas apenas rejeitou participar nos debates face ao que descreveram de “censura imposta aos jornalistas” pela mesa da Assembleia Nacional.