Presidente Dos Santos afirma que crise económica é constrangimento a ultrapassar

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse hoje, em Luanda, que a actual crise económica que o mundo atravessa, e que atinge Angola e Cuba, é um constrangimento que se deve contornar para que não afecte o  programa de cooperação dos dois países.


José Eduardo dos Santos discursava na abertura das conversações oficiais angolano-cubanas, no quadro da visita que o Presidente dos Conselho de Estado e de Ministros de Cuba, Raul Castro, efectua ao país.


Em Angola, “nunca nos tornamos dependentes de ninguém e preferimos sempre, com maior ou menor dificuldade, definir o rumo a seguir, estabelecendo as nossas metas de curto, médio e longo prazo e os métodos para as atingir, mobilizando os cidadãos e as instituições para as materializar”, acrescentou José Eduardo dos Santos.


Cuba, segundo o Presidente, foi sempre um modelo de independência e de coerência no caminho que escolheu e, apesar do isolamento a que foi votada, por causa de um anacrónico e absurdo bloqueio económico, nunca deixou de garantir o mínimo essencial a todos os seus cidadãos, conseguindo resultados extraordinários no domínio científico e educacional.


“É nessa similaridade de destinos que cada um de nós estabelece as vias que considera racionais para a abertura política e económica ao mundo multipolar e para a construção de uma sociedade cada vez mais democrática e moderna”, asseverou.


Presidente cubano homenageia fundador da nação angolana


O Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba, Raul Castro, depositou às 15h15 de hoje, quinta-feira, uma coroa de flores no monumento do primeiro Presidente da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto, em Luanda, para o homenagear.
 

O monumento localiza-se no Largo da Independência, onde, a 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto proclamou a independência nacional.


Em breves declarações à imprensa no local, Raul Castro disse que, em nome do povo cubano, o  seu gesto reveste-se de grande simbolismo, pois Agostinho Neto foi não só um grande poeta e médico, mas acima de tudo uma grande pessoa, humanista, por quem Fidel nutria grande admiração e respeito.


Recordou, com alguma nostalgia, que em 1979, quando se estava a concluir a sexta cimeira dos países não alinhados em Havana, na altura ladeado pelo seu irmão Fidel de Castro, o falecido presidente moçambicano Samora Machel e demais estadistas, e acabando de passar um furacão por Cuba, recebeu a notícia do falecimento de António Agostinho Neto, o que comoveu os presentes.


Assistiram a cerimónia, que incluiu honras militares, entre outras entidades, o ministro das Obras Públicas, Higino Carneiro, que se encarregou de explicar alguns pormenores relativos ao monumento, e a ministra sem pasta e governadora da província de Luanda, Francisca do Espírito Santo.
 
Presidente cubano quer cooperar para a prosperidade de Angola


O Presidente do Conselho de Estado e de Ministros da República de Cuba, Raul Castro Ruz, manifestou hoje, quinta-feira, Luanda, a predisposição em desenvolver uma cooperação que satisfaça os “nobre anseios de paz e prosperidade” dos angolanos.


"Nesta nova e transcendental batalha pelo desenvolvimento, paz e o bem-estar os cubanos estarão, uma vez mais, junto dos irmãos angolanos", declarou o Chefe de Estado de Cuba.


Para o Presidente de Cuba, Angola desfruta hoje de estabilidade e paz e é um exemplo para muitos países pela forma como conseguiu resolver sabiamente as suas grandes diferenças.


Depois de considerar merecido o direito de paz conquistado, Raul Castro disse serem  “grandes” os desafios da reconstrução nacional e desenvolvimento do país, assim como o alcance do bem-estar do povo angolano.


“Nesta gigantesca tarefa implica reconstruir milhares de quilómetros de estradas, numerosas pontes, residências e indústrias, numa altura em que se regista a crise económica e internacional”, sublinhou.


Felicitou os angolanos por terem mantido unido o país, lembrando o slogan do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, segundo o qual “de Cabinda a Cunene, um só povo e uma só nação”.


Afirmou ser emocionante voltar a Angola, pátria de um povo nobre e solidário, de homens, mulheres, crianças e anciãos que deram o melhor de si, a sua própria existência, pela justiça, liberdade e unidade nacional.


Lembrou que angolanos e cubanos durante “largos anos” lutaram para salvar a independência, soberania e integridade territorial de Angola, e que existia numa relação desde o início da luta independentista, a 4 de Fevereiro de 1961.


Falou de encontros preliminares entre o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, com Che Guevara e outros general cubanos referindo-se a pormenores da preparação da então conhecida “Operação Carlota”, que consistia na ajuda, essencialmente, militar.


Quando a 11 de Novembro de 1975 se proclamou a independência nacional os cubanos sentiram como própria a vitória, e durante 15 anos prestaram a sua contribuição para a sua preservação.


Revelou meandros da operação de ajuda militar Angola, designada Carlota, em alusão de uma escrava, supostamente de origem angolana, que dirigiu várias sublevações de escravos e ferozmente assassinada.


Afirmou que alegra ver os deputados, nobres representantes do povo, reunidos no parlamento e trabalhando para o futuro e o bem-estar de todos, transmitindo o ”abraço de irmandade do povo cubano e do Chefe da Revolução do seu país, Fidel Castro.

 

Presidente cubano na sessão solene da Assembleia Nacional


O Presidente do Conselho de Estado e de Ministros da República de Cuba, Raul Castro Ruz, participou hoje, quinta-feira, na Assembleia Nacional, numa sessão solene em sua honra.

 

À chegada à Assembleia Nacional, por volta da 12 horas e 20 minutos, Raul Castro foi recebido pelo líder parlamentar angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos, depois de ter passado em revista a tropa em parada.

Antes da sessão realizou-se uma reunião em privado.

 

A cerimónia foi convocada por ocasião da visita de Estado do Presidente cubano, chegado na quarta-feira, a Angola, para uma visita de três dias.


Nas suas intervenções os presidentes de Cuba e da Assembleia Nacional valorizaram as relações de cooperação e de solidariedade na luta pela liberdade, afirmação e dignificação dos dois povos.


Fonte: Angop