Denúncia sobre diversas situações irregularidades que têm estado a ocorrer no Hospital Militar Principal/IS em Luanda.

Com a entrada da nova Administração do Hospital nomeada por decreto presidencial constituída por:
Brigadeiro José Manuel Vieira Dias da Cunha - Director Geral
Brigadeiro Filomena Maria Cândida Franco Burity da Silva Neto - Directora Administrativa
Brigadeiro Alfredo de Carvalho - Director Clínico
Brigadeiro Rosa Cunha - Directora Docente
Brigadeiro Vasco Sabino Júnior - Director de Meios de Diagnóstico e Terapêutica;

Tudo começa quando a então Coronel Filomena B. S. Neto que é médica especialista em Patologia Clínica (Análises Clínicas) é exonerada do Cargo de Chefe do Laboratório de Análises Clínicas para ocupar um novo cargo na Administração do H.M.P/IS como Directora Administrativa do mesmo, de salientar que a referida médica nunca teve experiência em Administração e Gestão Hospitalar e não possui qualquer formação em Ciências de Gestão ou Economia.

Mas pelo facto de a mesma ter relações privilegiadas com o Chefe da Direcção de Serviços de Saúde do EMG/FAA o Ten. General Aires do Espírito Santo Africano, a mesma usou e abusou do cargo que tinha de Chefe de Departamento do Laboratório de Análises Clínicas.

Filomena Burity da Silva Neto é sócia do Centro de Hemodiálise Pluribus Africa e obrigava (enquanto Chefe de Departamento de Laboratório) os técnicos do Hospital Militar Principal a executarem as análises clínicas do Centro de Hemodiálise que nada tinha a ver com as FAA, utilizando os meios técnicos disponíveis para os militares, em seu próprio benefício.

Quando a mesma é nomeada ao grau de oficial general (fazendo parte do grupo das primeiras mulheres generais de Angola) assume o cargo de Directora Administrativa e juntamente com o Director Geral do HMP/IS o Brig. José M. V. D. da Cunha, iniciam um mega esquema de saqueamento na unidade militar.

Os dois, começam por afastar o Coronel Ribas da chefia do Departamento de Recursos Humanos que é um oficial com formação superior em Gestão de Recursos Humanos para colocarem um médico infeciologista sem qualquer experiência e formação em GRH mas da inteira confiança dos dois para iniciarem o maior saque que já se observou na história do HMP/IS que se consubstanciou no seguinte:

1º Elaboração de inúmeras listas de trabalhadores fantasmas e de trabalhadores falecidos com todos os benefícios laborais possíveis e imagináveis.

2º Trabalhadores civis que trabalham há mais de 25 anos e nunca descontaram para a Segurança Social.

3º O HMP/IS adquire vários aparelhos para os departamentos de Imagiologia e Patologia Clínica sem fazer concurso público, estamos a falar de aparelhos de TAC, Ressonância Magnética e de Biologia Celular que são subfacturados e o Estado paga milhões de dólares pelos mesmos.

Recentemente a Direcção do HMP obrigou o Departamento de Análises Clínicas a receber um aparelho de Biologia Molecular que custou milhões de dólares e não existe nenhum técnico formado para trabalhar com o referido aparelho, enquanto faltam também reagentes para este aparelho e outros reagentes para se executarem exames de rotina que são fundamentais para o normal funcionamento do serviço de saúde hospitalar.

O Hospital possui uma dívida enorme com as empresas que com as quais celebrou os contratos milionários e agora as mesmas empresas se negam a prestar a devida assistência técnica aos aparelhos instalados no hospital, levando a inoperância do TAC e da Ressonância Magnética, os pacientes do hospital Militar estão a ser transportados para o Hospital Américo Boa Vida para fazerem estes exames que já não são possíveis serem feitos no próprio HMP/IS.

A actual direcção terminou o contrato com todas as empresas de limpeza que existiam no Hospital antes do seu prelado, e introduziu novas empresas de limpeza onde o Director Geral e a Directora Administrativa possuem acções.

O HMP tem vindo a se degradar dia pós dia, os saques são tantos que já não sobra nada para garantir as mínimas condições que permitam o atendimento condigno aos militares e seus familiares.

De salientar que os oficiais generais e oficiais comissários JÃ NÃO FAZEM CONSULTAS no HMP/IS e muito menos internam na unidade, são transferidos imediatamente para a Clínica Girassol onde recebem o tratamento adequando e o Estado gasta balúrdios para manter este convénio.

Existe um restaurante dentro do Hospital que pratica preços exorbitantes e de lembrar que este restaurante por estar dentro do HMP/IS não paga qualquer imposto ao Estado. A actual direcção contratou uma empresa de segurança privada para trabalhar no refeitório dos oficiais numa unidade militar.

Há um mega esquema de compra de medicamentos sobrefacturados e que uma grande parte vai para a farmácia do Kinaxixe que tem como sócios a Directora Administrativa do HMP e Ten. Geral Aires Africano Ch da DSS/EMG/FAA.
Houve um tráfico de influências muito grande na distribuição de viaturas que o EMG/FAA disponibilizou para os oficiais coronéis da unidade, a Direcção do HMP/IS deu um destino incerto as viaturas destinadas para este efeito e as poucas que distribuiu utilizou critérios pouco claros onde se beneficiaram apenas os oficiais da conivência da Direcção, havendo um grande clima de descontentamento por parte de vários oficiais coronéis com cargos de chefia de departamento que nunca chegaram a ver as viaturas que eram destinadas a eles.

A Directora Administrativa gaba-se de ter forte influência junto a Presidência da República de Angola associado ao facto do seu esposo Dr. Eugénio Neto ser sobrinho de Agostinho Neto e ser igualmente responsável por vários negócios da PR.

Os outros oficiais generais do Hospital estão afastados dos esquemas de corrupção e tráfico de influência.

Espero que estas informações contribuam de alguma maneira para combater estas pessoas que tentam destruir o nosso país com o vício da corrupção e do tráfico de influência.

Pessoas devidamente identificadas
Luanda, Maio de 2015