Luanda - O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) defendeu que se deixe as instituições de justiça realizarem o seu trabalho sobre os 15 jovens activistas detidos por suspeita de crime contra a Segurança de Estado.

Fonte: Lusa
O posicionamento do partido no poder foi expressado pelo secretário para a Informação do Comité Provincial do MPLA de Luanda, Norberto Garcia, em conferência de imprensa realizada na quarta-feira, 24, para esclarecimento da recente visita do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, à China.

Norberto Garcia, instado a comentar as detenções de jovens activistas ocorridas no sábado em Luanda, referiu que o posicionamento do MPLA é não fazer "interferências em rigorosamente nada". "E aí devemos deixar que as instituições dos órgãos de justiça façam o seu trabalho e que venham explicar aquilo que eventualmente não seja do esclarecimento público", referiu Norberto Garcia.

O político sublinhou ainda que o partido defende o respeito pela dignidade humana e pelos direitos humanos. "Queremos sempre que a acção das autoridades seja aquilo que defendemos no nosso programa, nos nossos estatutos e nos nossos programas de governação. Queremos que os direitos humanos estejam sempre em primeira linha e é isso que nós queremos aqui dizer, respeitando sempre aquilo que está na lei, na Constituição", disse o dirigente do MPLA.

O Procurador-Geral da República de Angola, João Maria de Sousa, já confirmou a detenção de jovens activistas "em flagrante delito", na sequência de diligências do Serviço de Investigação Criminal, tendo o número aumentado para 15 com a detenção de outros dois membros do grupo.

Segundo o Procurador-Geral da República, a 14ª detenção ocorreu no posto fronteiriço de Santa Clara, na fronteira com a República da Namíbia, e a última o local não foi especificado, mas envolveu um jovem oficial da Força Aérea Nacional angolana.

João Maria de Sousa afirmou que os jovens detidos em flagrante delito estavam reunidos a praticar actos preparatórios que poderiam levar à destituição do Governo legitimamente instituído a partir das eleições de 2012.