Luanda - 1. A Direcção, os militantes e os simpatizantes do Bloco Democrático vêm acompanhando com bastante inquietação e tristeza a onda de repressão que se abateu, nos últimos dias, sobre um conjunto de jovens membros do denominado Movimento Revolucionário, com a sua prisão a partir do dia 20 deste mês de Junho e que prossegue.

Fonte: BD

2. As rocambolescas alegações de que os agora presos pretendiam “reverter a ordem constitucional” através de um suposto “golpe de Estado” é do mais ridículo que se pode produzir em termos de acusação política. Isso só mostra o estado de espírito perturbado de quem produz tais alegações, incomodado pelas crescentes denúncias públicas, produzidas interna e exteriormente, sobre a onda de corrupção que destrói a nossa sociedade e põe em causa a credibilidade das mais altas instâncias governativas.

 

3. Não é de estranhar que, após o desastre político que foi o massacre praticado pelas autoridades no Monte Sumi, na província do Huambo, sumamente denunciado pela comunidade internacional e repudiado veementemente pela opinião pública interna, venham agora os mesmos autores morais e materiais de tão bárbaro acto tentar introduzir mais um factor de inquietação, passando a ideia de que as instituições públicas do país estariam em risco de ser postas em causa, de ser subvertidas por um ínfimo “grupo de conspiradores”… Tal proposição em nada abona a favor de quem a produziu e só mostra o nervosismo crescente que se instalou no seio do poder, um poder que, a pouco e pouco, vê o chão fugir-lhe dos pés…


4. O Bloco Democrático assume que o país está a viver uma conjuntura muito difícil e, por isso, apela a todas as forças políticas e sociais para que façam o máximo possível para contrariar os desígnios antidemocráticos das actuais autoridades, ao acenar com “fantasmas golpistas”, de forma a dissimular os erros da sua governação e a sua incapacidade para minorar os impactos negativos criados pela actual conjuntura internacional adversa.

5. O Bloco Democrático exige que se ponha termo às detenções e prisões arbitrárias, devolvendo à liberdade os presos políticos que o regime faz questão de criar, violando, assim, de modo flagrante, os fundamentos do Estado Democrático e de Direito.


COMISSÃO POLÍTICA DO BD, EM LUANDA, 24 DE JUNHO DE 2015


A COMISSÃO POLÍTICA DO BD”