Luanda - Os 15 detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Angola, acusados de estarem a preparar um golpe de Estado por via da desobediência civil estão impedidos de comunicar com os seus advogados a partir de hoje. A decisão foi tomada pelo Procuradoria-Geral da Republica citada pelo advogado dos detidos.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Walter Tondela, membro da equipa de advogados dos 15 activistas detidos no sábado, 13, diz não haver qualquer indício de crime, depois dos interrogatórios levados a cabo pelos procuradores nos Serviços de Investigação Criminal, onde se encontram os jovens integrantes do chamado Movimento Revolucionário.

Para Tondela, no entanto, os investigadores continuam à procura de provas para incriminar os activistas.

“Não quem soltá-los mesmo sem provas e dizem que eles têm computadores e cadernos com provas”, explicou.

Em conversa com a VOA, o advogado diz não pode revelar a sua estratégia de defesa, mas afirmou que a Procuradoria-Geral da República decidiu manter os jovens sem contactos com o exterior num período de 10 dias a partir de hoje. “O que sabemos é que os jovens serão transferidos para uma cadeia com melhores condições porque aqui tem baratas e mosquitos”, revelou.

Entretanto, vários dos jovens detidos são estudantes universitários e alguns já falharam alguns exames.

Neusa Sedrick, esposa do jornalista do bissemanário Folha 8 preso no sábado, Sedrick de Carvalho, lamentou o facto e revelou que a vida no seio da família está cada vez mais difícil.

“Tal como eu, ele não também perdeu a prova e temos vivido muitos problemas porque ele é o cabeça de casa”, lamentou Sedrick.

A VOA sabe que o Conselho Nacional dos Activistas de Angola vai sair às ruas de Luanda nos dias 28 e 29 de Agosto para exigir a demissão do Presidente José Eduardo dos Santos.