Luanda - A edificação da democracia na República de Angola deveu-se à estratégia e virtude do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, em perdoar adversários políticos, inserindo-os nos vários domínios da vida do país, afirmou o nacionalista Luís Neto Kiambata.

Fonte: Angop
Falando sobre o processo de consolidação da democracia no âmbito dos ganhos em 40 anos de Independência, embaixador referiu que José Eduardo dos Santos teve a gentileza de também inserir ex-adversários no comité central do MPLA (partido governante), com vista a demonstrar uma verdadeira reconciliação nacional e confirmar o princípio de “um só povo e uma só nação”.

“É uma virtude que o Chefe de Estado teve e nunca vi algo igual, com excepção de há séculos, quando Alexandre Magno fomentou a fusão entre vencedores e vencidos para dignificar uma nação”, recordou.

Neste contexto, considerou que o processo da democracia está em bom ritmo, tendo em conta a integração de elementos provenientes das extintas forças militares da UNITA nas Forças Armadas Angolanas (FAA) e na Polícia Nacional, visando unicamente projectar um país unificado e o direito de todos os angolanos.

Segundo disse, a democracia só existe onde há direitos, liberdades e garantias e Angola percorreu um caminho notável, pondo fim ao regime monopartidário da Primeira República e instituir um Estado de direito democrático baseado no respeito pelos direitos humanos e um sistema político multipartidário.

Neste novo clima, sublinhou, surgiram numerosos partidos a par de uma série de organizações não governamentais, grupos comunitários e associações profissionais, dando-se a transição para um sistema mais pluralista e participativo de governação e um sério desafio para a política democrática.

Disse ainda que o país abraçou uma democracia multipartidária, definindo Angola como um “Estado democrático de direito”, com a implementação de reformas profundas na democratização da vida política, no desenvolvimento do sector privado, da sociedade civil com a participação nas estruturas políticas e sindicais.

Assiste-se ainda, acrescentou, a um desfile de personalidades de organizações políticas das mais variadas do espectro político que, com os ventos da democracia e com o brio político das suas ideias, contribuem para uma nova era de pluralidade democrática.

Por outro lado, Luís Kiambata referiu que Angola, contrariamente a outros países de língua portuguesa e muitos africanos, é o que tem registado o maior número de mulheres nos órgãos de decisão e, isto aconteceu desde que se introduziu o sistema multipartidário.

“Nestes 40 anos de Independência e alcance da paz, há muita coisa ainda por fazer nos vários sectores. Existem ainda dificuldades nas áreas da saúde, educação, saneamento básico, pobreza e corrupção, males estes, alguns deles causados por nós próprios”, declarou.