Luanda - A viúva do antigo governador da província do Bengo nas décadas do ano 90, diz estar a experimentar grande crise financeira, depois do desaparecimento físico do seu esposo.

Fonte: Despertar

Joaninha Sebastião, viúva de antigo governador do Bengo, Domingos Zungo “SKS” efectuou contactos com várias estruturas partidárias do MPLA, bem como com instituições governamentais, mas os seus esforços não surtiram efeitos.

Joaninha Sebastião revela que a família está voltada ao abandono e não tem dinheiro para a satisfação das suas necessidades básicas, tendo acrescentado que já procurou ajuda em vários departamentos do seu partido. Tal situação deixa a viúva de SKS cansada e aborrecida.

“Eu sou a viúva do “SKS”, Domingos Zungo. Ele foi governador e membro do comité central, general e deputado da Assembleia do Povo, desde 1979, até ao ano em que ele veio a morrer em 1995”, explicou a viúva que confessa ser membro do MPLA, tal como foi o seu falecido marido.

“Eu queria saber qual é o direito dele? Se bem que ele já é falecido, deixou mulher, deixou filhos. Eu, sinceramente, já andei tanto, estou cansado e estou aborrecida”, afirmou, sublinhando ter recorrido ao Partido, do qual tem obtido uma resposta que não a satisfaz.

“Se ele era do MPLA, vou no MPLA, o MPLA me atira como uma bola, diz que vai ao Ministério de Defesa. Quando vou ao ministério da defesa, pedir os meus direitos, lá me dizem que vai ao Partido, e quando me dirijo ao partido, me dizem vai aos antigos combatentes. Estou tipo uma bola“, desabafou Joaninha Sebastião.

Visto que são passados mais de vinte anos desde o seu esposo faleceu, Joaninha entende que a família tem direitos a usufruir.

“Já se passam 21 anos, nem o comité central, nem nada. Eu sinceramente queria saber o que é que o SKS fez, que não lhe passam dar os seus direitos. Se ele era na altura delinquente, digam-me: “não dona, ele era delinquente, não tem direitos”, disse.

Por seu turno, Gisela Zungu, filha de Domingos Zungu e de Joaninha Sebastião de 23 anos, diz-se revoltada com os maus tratos por que passa sua mãe e lamenta a odisseia de sua família e sobretudo o silêncio de quem de direito.

“Tenho partilhado já isso, há muitos anos, vejo que a minha mãe é tratada inadequadamente. Não lhe tratam bem, não resolvem problema até hoje. E eu também notei que, quando nós vamos para esse tipo de sítios: parece que o meu pai nunca existiu, parece que o meu pai nunca fez nada. E, muito sinceramente, isso doe-me muito. E eu também queria acrescentar, até hoje, graças a Deus, eu vim até aqui também para falar. São vinte anos que eu carrego esse peso. Eu quis dizer para todo mundo ouvir que eu como filha, não vou morrer, sem saber, realmente, o que é que aconteceu no dia 31 de Dezembro de 1995. O que é que fizeram ao meu pai”, afirmou.