Luanda - Este mês foi anucianda na imprensa portuguesa e depois retomada pela imprensa nacional, a falência técnica da Sonangol. Esta notícia que sai numa altura em que a economia nacional vive momentos menos abonatório, deixou os angolanos preocupados tendo em conta a importância estratégica da Sonangol para a economia nacional.

Fonte: Opais

A possível falência técnica da Sonangol significa que, a empresa teria um passivo manifestamente superior ao activo. O estar em falência técnica não implica que a empresa seja obrigada a declarar falência (embora o torne provável). A maioria das falências acontece por crises de liquidez, e muitas empresas entram em falência a partir de situações líquidas positivas, ou seja, vão à falência sem estarem previamente em falência técnica.

O risco de falência depende de factores internos e externos, como a qualidade da gestão, o grau de concentração de clientes, a capacidade de financiamento ou até o próprio sector de actividade da empresa.

Após a análise do relatório de gestão e contas e o parecer dos auditores referente ao exercício de 2014, o que me ocorre dizer é o seguinte:


O risco de falência técnica é evidente apesar de que não podemos prever eventos futuros de forma exacta, apenas podemos pensar em termos de probabilidades de ocorrência, tendo em conta o Altman Z-score, que é uma fórmula usada para prever a probabilidade de falência nos próximos 2 anos.

No caso da Sonangol, o Altman Z-score calculada com base nos dados das demonstrações financeiras de 2014, diz nos que, a Sonangol encontra-se numa zona cinzenta, que obriga neste momento a petrolífera nacional a mudar o seu modelo de gestão e tendo em conta momento de incertezas que o mercado petrolífero está sujeita a nível global. Por outro lado, existem várias reservas no parecer do auditor independente as contas de 2014.

Em vários casos, o auditor deparou-se com várias limitações de âmbito técnico no seu trabalho, em virtude de não dispor de informação que lhe permitisse concluir o seu juízo sobre as demonstrações financeiras. E também a Sonangol, no final de 2014 apresentava um grau de liquidez reduzido muito abaixo do aceitável, o que quer dizer que os meios monetários da Sonangol não cobrem as suas dívidas correntes de curto de prazo.

Está claramente provado que a Sonangol deve mudar o seu modelo de gestão.

E este modelo deve basear-se nos Princípios da Vida de Serviço Público, nomeadamente o desprendimento, integridade, objectividade, responsabilização, abertura, honestidade, e liderança. Importa ainda referir que empresas públicas como a Sonangol, que desenvolvem a actividade de gestão privada, necessitam de uma grande liberdade de acção no seu funcionamento. A Sonangol precisa desta liberdade para poder desempenhar com êxito a sua actividade, porque Gestão racional e sadia das empresas públicas contribui activamente para a melhoria das condições sociais.

E por último, é preciso aplicar as boas práticas de gestão e os problemas que temos de má gestão de empresas públicas, nomeações políticas, alguma incompetência e favorecimentos, são comuns a outras democracias, mas, devemos investigar os problemas e desenvolver instituições para mitigá-lo.