As reuniões são coordenadas por  retalhados grupos mas também  marginalizados como a conhecida “tendência 27 de Maio” e  denominada “nova geração do MPLA”, esta ultima coordenada pelo militante Rui Gomes. Uma reunião conjunta, realizada a 15 de Março de 2007, algures no bairro Neves Bendinha em Luanda,  debateu procedimentos e modalidades dando  lugar a celebração do acordo de plataforma de consenso, entre estas duas tendências. A junção prosperada produziu/provocou, no seio do MPLA,  uma facção que é a União das tendências do MPLA  (UT- MPLA), cujo  líder/coordenador é Silva Simões Mateus, um brigadeiro na  reserva. Os seus seguidores, que reclamam  democracia interna  e resolução de alguns pendentes do passado propõem  a direção do partido, um dialogo transparente  de forma a  apresentar Silva Mateus como  um dos possíveis candidatos ao congresso que o seu partido realiza este ano.

O Brigadeiro Silva Mateus ganhou carisma  pela sua frontalidade. A sua aceitação acentuou-se depois de ter, em fórum próprio,  mandado recados desafiando o Presidente José Eduardo dos Santos para um debate.  Iniciou actividade política quatro meses antes da independência nacional. Foi reconhecido com  o cartão de militante N 0038629-75.  Esteve preso na senda do “27 de Maio 77” por  alegadas conotações a Nito Alves e  solto no inicio da década de 80. Fez parte do  Comité de Combatentes da Guarda Presidencial das extintas FAPLA No movimento associativo é o Presidente da Associação “27 de Maio”. Na fase de campanha eleitoral recusou apoiar algum partido da oposição alegando manter-se fiel ao MPLA ate aos últimos dias. (O Vice Presidente da fundação, Gen Fragoso apoiou a UNITA). Silva Mateus tem relações cordiais/fraternais com membros da FpD que revelam estima a sua pessoa (é convidado como figura de destaque em alguns convívios partidários )

Em fins do ano passado a UT-MPLA  ameaçou realizar um congresso caso as estruturas centrais não  marcassem o certame marcado para Dezembro.  Emitiram igualmente a 5 de  Dezembro um  comunicado entregue aos membros do Bureau Político tendo merecido comentário interno.

O país ou os militantes do MPLA, tomaram conhecimento da existência desta facção através de José Eduardo dos Santos que a margem de uma reunião do Comitê Central em Fevereiro de 2007 denunciou que haviam grupo internos a espalhar panfletos. JES orientou na altura a que deveriam  desmascarar as idéias e atitudes oportunistas das pessoas que se encontram por detrás destes textos.  JES qualificou-os como grupos que  querem infiltrar-se no seio para desorientar as organizações de base do parido e enfraquecer o MPLA.

Num documento de 13 paginas divulgadas na altura a UT-MPLA reagiu internamente as declarações do líder do partido respondendo  que “a UT-MPLA se opõem sim a forma antidemocrática como a direcção gere o partido, mas nunca questionou e nem questiona a militância de nenhum membro da direcção do partido. Com que direito fazem –no aos demais! Compreendemos é um problema de cultura anti-democratica que esteve na origem de todas as cisões no interior do MPLA. Mas os tempos mudaram e os nossos digníssimos dirigentes têm de se adoptar de nova cultura comportamental.”

Há mais recente aproximação que este grupo teve com as estruturas centrais deu-se em Maio do ano passado quando  o MPLA realizou a sua conferencia. Um militante conotado a UT-MPLA havia se deslocado ao quinto andar da sede do partido para contacto. O interlocutor foi o SG  Dino Matross com quem o militante manifestou a importância que a UT-MPLA via em participarem na conferencia para um dialogo alargado. As intenções foram infrutíferas traduzidas no bloqueio que observaram.


Propósito e objectivos estabelecidos em manifesto  pela  UT-MPLA

De acordo com um “statement” interno, esta facção do  MPLA declara estar  num  “ momento crucial de clarividência política - ideológica  para salvar o Partido e o processo de desenvolvimento de Angola” razão pela qual evocam as seguintes meta/objectivo.

a)- Reestruturar e democratizar o MPLA com a eleição dos seus órgãos de direcção, em sufrágio universal e secreto;

b)-Introduzir alterações aos documentos orientadores do Partido, de maneiras a capacitá-lo na realização do programa máximo, que passados 31 anos não conheceu a sua implementação;

c)- Tornar o MPLA numa força capaz de liderar uma Frente Ampla Unida de Angola, onde deverão estar  congregadas todas as forças do xadrez político nacional, ONGs, Entidades Religiosas, Personalidades e Indivíduos de idoneidade reconhecida entre outras, para que com pensamento partilhado e acções conjuntas, possamos travar o impacto  do neocolonialismo em Angola;

d)-Elaborar código de conduta  e ética para os dirigentes, prevendo sanções aos comportamentos  considerados nocivos ao Partido e a Sociedade na luta contra a corrupção;

e)-Banir a intromissão do presidencialismo nas instâncias dos Órgãos de soberania, isto é, a materialização prática da separação dos três poderes -Executivo, Legislativos e Judicial.

f)-Descrever a história de ANGOLA e do MPLA com base em dados históricos reais.

g)-Honrar e Enaltecer a Memória de todos compatriotas sem discriminação que por esta ANGOLA martirizada sacrificaram as suas vidas ,com a construção de um Momentos aos Heróis da Pátria;

Fonte: Club-k.net