Luanda - Pelo menos 20 mil trabalhadores portugueses em Angola estão a passar sérias dificuldades, muitos deles com salários em atraso e a serem chantageados para não regressarem e para aceitarem a situação.

Fonte: Lusa

Albano Ribeiro, presidente do Sindicato da Construção de Portugal, denunciou esta questão e já pediu uma reunião com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, para perceber o que é possível fazer para ajudar estas pessoas.

 

Há empresas “a chantagear os trabalhadores que ameaçam fazer greve ou rescindir o contrato por salários em atraso, dizendo que terão de pagar a viagem de regresso”, garante o responsável pelo sindicato do setor ao Jornal de Notícias.

 

O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas do Norte (AICCOPN) explica que “em Angola há 200 mil portugueses, entre eles muitos da construção”. Mais ainda, Reis Campos confirma que “em muitos casos, os salários até foram lá pagos, mas os trabalhadores não conseguem depois convertê-los em divisas para mandá-los para cá”.

 

“A esmagadora maioria das construtoras mantém a confiança na recuperação da economia angolana, sublinhando que se trata de um problema conjuntural ligado ao preço do petróleo”, contudo até lá é difícil manter os recursos humanos a trabalhar e a receber a tempo.

 

Albano Ribeiro salvaguarda que, caso haja uma recuperação, os trabalhadores quererão regressar, até porque “ganham lá três vezes mais do que cá”, contudo neste momento tenta incentivar o Governo a retomar obras como o Parque Escolar, o programa nacional de barragens, a reestruturação da via férrea, garantindo que permitiriam recuperar 70 mil postos de trabalho.