Luanda - Os resíduos sólidos urbanos, vulgarmente denominados por lixo urbano, são resultantes da actividade doméstica e comercial das populações. A sua composição varia de população para população. A província de Luanda produz diariamente cerca de três mil toneladas de lixo e tem seis milhões de habitantes.

Fonte: Nvula Watula

Neste mês de Agosto entra em funcionamento um novo modelo de gestão de resíduos sólidos. No modelo, anunciado pelo Governo da Província de Luanda (GPL) e a Empresa de Limpeza e Saneamento de Luanda (Elisal), os cidadãos que vivem na área metropolitana da cidade e nas áreas urbanizadas, entre outras, passarão a pagar uma taxa de salubridade, que poderá contribuir para o financiamento do esforço de limpeza da “Kianda”.


As autoridades da Kianda já dançam “Rebita” com o lixo da cidade há muitos anos, tendo já falhado quando introduziram o “falecido” Projecto Luanda Limpa na primeira década de 2000. O referido projecto permitia, na altura, aos cidadãos venderem lixo directamente ao GPL. Ora vejamos: Se na primeira passada da Rebita onde os cidadãos recebiam o “Kitadi” não houve entendimento na dança, será que com esta nova música onde o cidadão e que larga o “Kumbu” o problema vai resolvido? Bem, como a dança mal começou e a música é longa, vamos curtir a Rebita.


Como se sabe, a Rebita e um gênero de música e dança de salão angolana, que demonstra a vaidade dos cavalheiros e o adorno das damas. Mas, nesta dança, dos “sete cavalheiros” que a Kianda tem, parece que só cinco terão pares para mostrar a sua vaidade. Luanda terá cinco operadores principais de recolha de lixo, para além da própria Elisal, estando a Quissama e Icolo e Bengo sem pares para dançar Rebita.

 

As verbas para a Dança


Os municípios passarão a ter verbas próprias para resolver o problema da limpeza por conta própria. A verba mais alta vai para Luanda, cerca de 206 milhões de Kwanzas mensais, e a mais baixa para Quissama que será de cerca de três milhões mês. O Orçamento será atribuído em função da localização e densidade populacional de cada zona.


Se existe verbas para dançar com o lixo, porque que querem “pentear” os bolsos dos cidadãos? Neste país quase 70% da população vive com menos de dois dólares por dia e a cesta básica, para uma semana, custa 50 dólares. Temos uma população pobre, com muita gente a dormir e acordar nas ruas da metrópole sem saber o que comer por falta de dinheiro. Como cobrar aos cidadãos que vivem nesta situação, pelo lixo produzido? Existem os pensionistas e os desmobilizados, que nem conseguem viver do que ganham, sem falar dos inúmeros desempregados e deficientes físicos que vivem na capital do pais. Estes também serão abrangidos pelo “pente”?


A problemática de gestão de fundos públicos tem sido muito debatida na nossa sociedade, e não devemos esconder, nem nos esquecer, deste “vírus maligno” que vive entre nós. Portanto, são sete municípios e cada um deve resolver o problema do lixo por conta própria, o que quer dizer que cada um terá a sua conta bancaria para deposito das taxas. Por isso, a pergunta é: Quem vai fiscalizar regularmente estas contas onde o “pobre Povo” vai depositar o dinheiro da “dança”?


De recordar que, o executivo havia aprovada em 2012 o Plano Estratégico de Recolha de Lixo Urbano ate 2020. Ainda faltam cinco anos e Luanda já entra com a estratégia de cobrança de taxa de salubridade.