Luanda - O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) considerou o relatório hoje divulgado da Human Rights Watch (HRW) sobre o país "uma falta de respeito ao povo angolano e à sua vontade de construir a Nação angolana".

Em declarações à Agência Lusa, o director do Departamento de Informação do partido no poder, Rui Falcão, refere que o relatório da HRW é "uma afronta à democraticidade" que se pretende no país.

A Human Rights Watch exige num relatório sobre Angola que o Governo deve garantir que a maioria qualificada obtida pelo MPLA nas eleições de 05 de Setembro de 2008 não se vai traduzir em diminuição das liberdades políticas e civis no país.

No documento denominado "Democracia ou Monopólio? O relutante regresso às eleições", a HRW, uma das principais organizações internacionais de defesa dos Direitos Humanos, assinala a existência de falhas ocorridas no processo eleitoral legislativo de 05 Setembro de 2008 e pretende que o Executivo angolano divulgue as suas conclusões sobre a votação.

No seu relatório de 45 páginas, a HRW nota ainda que a Comissão Nacional de Eleições (CNE), que considera "dominada" pelo MPLA, falhou "enquanto órgão independente" ao não tomar "medidas contra as violações" no decurso do processo eleitoral, que deu a vitória com 81,7 por cento àquele partido.

"Definitivamente algumas organizações internacionais têm uma tendência selvagem de considerar que há democracias perfeitas. Isso não existe e o povo angolano soube votar e sabe por que o fez nesse sentido", salientou Rui Falcão.

"Temos que deixar de correr atrás dessa mediocricidade. O resto é má fé e não saber estar em democracia e no pluralismo de opiniões. O futuro tudo dirá", concluiu. 

Fonte: Lusa