Luanda - O regime totalitário da Coreia do Norte é um dos mais conhecidos no mundo afora. Seu lider é tão bizarro quanto brutal. Kim Jong-un é apresentado como o génio dos génios, inclusive é proibido que qualquer pessoa se chame Kim Jong - un , anteriormente, um nome comum no país, para destacar a personalidade única do líder surpremo.

Fonte: Club-k.net

O actual presidente assumiu o poder após a morte do seu pai, devido uma paragem cardíaca aos 69 anos. As datas do seu pai, Kim Jong -il e do seu avô Kim II Sung, fundador da dinastia, são dias de feriado nacional mais famoso na Coreia do Norte.

Em Angola, o fervoroso centro do culto de personalidade tem lugar à 28 de Agosto. É nesta data que José Eduardo dos Santos celebra 73 anos de idade, 37 dos quais no poder como presidente. A data natalícia privada de José Eduardo dos Santos passou a ser “ um feriado nacional por legislar “ por enquanto sob a designação tolerância de ponto, impondo repouso absoluto aos funcionários públicos para celebrar a data de nascimento do " querido líder " José Eduardo dos Santos.

Nesta altura ir ao Palácio Presidencial, cumprimentar, Zedu, é um ritual quase religioso, onde muitos fazem fila à peregrinação; políticos, juízes, militares, bispos, pastores, musicos, etc.

As comemorações privadas de José Eduardo dos Santos são todas suportadas com dinheiros publicos, envolvendo dezenas de milhões de dólares. Em 2014, o " boda " privado de Zedu custou aos cofres do Estado nada mais nada menos do que 35 milhões de dólares.

Entretanto, há pessoas que continuam morrem em unidades hospitalares em Angola, por falta de medicamentos. No hospital provincial do Uíge falta até o mínimo; luvas e agulhas. Em Benguela, Huila e Cunene onde se tem registado maior número de desnutrição, cólera e tuberculose, para além da falta de medicamentos, a exígua assistência é feita muitas vezes à escura por falta de electricidade eléctrica. Angola continua ser o pior país para nascer uma criança e, segundo o Unicef, a taxa de mortalidade infantil é das mais elevadas com 164 mortes por cada mil nascidos. O maior problema que provoca cerca da metade das mortes em crianças com menos de 5 anos é a desnutrição e malária. Contar o número de crianças que não chegam à viver até o quinto aniversário, é um indicador amplo do desenvolvimento social e economica, salient a UNICEF.

No OGE para o presente ano a saúde é o sector mais afectado. Para 2015, apenas 2,47 biliões de dólares estão destinados para o sector da saúde, o que pode agravar à má qualidade e funcionamento das unidades hospitalares que ja enfrentam dificuldades.

Mas, o Presidente tem outras prioridades. Há poucos dias, José Eduardo dos Santos, autorizou a compra de um jacto privado de alto luxo por 62,5 milhões de dólares.

Durante a aprovação do OGE revisto, o presidente disse que os objectivos do novo orçamento implicam " um reforço redobrado na qualidade e recomendação dos gastos públicos, sejam dos órgãos do estado ou das empresas " para elevar os bons níveis de eficiência.

Mas é o presidente que continua ser o facilitador do enriquecimento ilicito de sua família. Segundo, o portal de noticias online Club-k, Dos Santos terá entregue às suas filhas Isabel e Tchize, negócios do sector energético que eram tidas como estratégicas e de inteira exclusividade do Estado. De acordo com esclarecimentos o presidente orientou a entrega do consórcio detido pelas filhas para distribuição de electricidade. A filha Isabel dos Santos através duma empresa detida por ela já tem em mão o lucrativo e milionário negócio do fornecimento de equipamentos energéticos para fase de conclusão das barragens de Cambambe e Lauca.

Portanto, nos 37 anos de poder e perto de Angola completar 40 anos de independência, é, este o legado que JES deixa aos angolanos, marcado por corrupção endémica, nepotismo, clientelismo e um poder absoluto.

É, aliás, deste poder absoluto de José Eduardo dos Santos sob Angola, que torna o empréstimo chinês, um segredo do presidente. Continua por se saber, a questão do acordo que foi celebrado com o Estado Chinês relativo à concessão de 25 biliões de dólares requeridos pelo Estado angolano, tendo como contrapartida ou garantia à entrega das terras de Kuando Kubango, Malanje e Kwanza Sul.

A apropriação de terras para beneficios da China ameaça aumentar a pobreza dos populares que, de donos da terra passam à trabalhadores maus pagos dos chineses.

O Professor Universitário, Fernando Macedo, renomado Constitucionalista, defende que a entrega de parte do território como garantias aos chineses, constitui um acto de traição cometido pelo presidente José Eduardo dos Santos.

O regime angolano esta desesperado por recursos financeiros, a queda do petróleo principal fonte de receitas, obriga o governo à acordos que ao invés de melhorar a situação das populações pode empurra-los cada vez mais no estágio da pobreza, pois metade da população angolana tem a agricultura como principal meio de sustento agora também sob a alçada chinesa que procura auto suficiência para a demanda alimentar da sua gigantesca população.

Mas, o resultado da apropriação de terra de milhares de angolanos no Kuando Kubango, Malanje, Kwanza Sul vai provocar consequências terríveis para os populares, deslocações forçadas, agitação social e extrema pobreza.

Num relatório difundido a ONU chama atenção sobre os problemas que estao a causar “ as oportunidades de desenvolvimento “ em Africa fruto da cooperação o Oriente, caracterizada por maior investimento em troca por terra aráveis.: «podia traduzir-se em boas notícias se os objectivos dos arrendatários da terra forem compatíveis com as necessidades de investimento dos países », conclui o relatorio da ONU.

Por outro lado, um outro relatório do Sínodo dos Bispos Africanos já havia criticado, o secretismo que envolve os contratos de arrendamento de terra e enfatizou a necessidade de proteger a terra como recurso para as gerações futuras.

«Se a Igreja pretende ser a voz dos mais pobres, deve trazer à discussão pública este assunto e deve defender os direitos à terra das comunidades tradicionais contra investidores gananciosos e líderes corruptos», refere.

Por João Fernandes.