Lisboa - Adelino Marques de Almeida, um antigo chefe de sessão do departamento de informação e propaganda do MPLA, disponibilizou-se em reaparecer como analista político preenchendo assim a vaga deixada pelo português Artur Orlando Teixeira Queiroz, que prestava serviços ao Jornal de Angola e aos Serviços de Inteligência e Segurança Militar.

 Fonte: Club-k.net

Regime  reabilita   estrátega em desinformação do tempo de partido único 

Semelhante a Artur Queiroz, o veterano Adelino de Almeida é também reconhecido como um especialista da propaganda em desacreditar opositores com recurso a desinformação.

 

Na sua mais notável aparição como analista do regime foi convencido a assumir como se fosse seu uma compilação, dos arquivos da TPA que visou desacreditar o líder da bancada parlamentar da UNITA, Raul Danda. Tratou-se de um vídeo gravado em 1992, na altura em que Danda rompeu com Jonas Savimbi, por descordar de praticas de violação de direitos humanos, no quartel general, na Jamba.

 

Na sua segunda aparição, Adelino de Almeida, através da TPA, disponibilizou-se em difamar a Fundação “Open Society” como financiadora de 14, 5 milhões de dólares, para promoção de actos subversivos contra o Presidente José Eduardo dos Santos. Apesar de não ter apresentado provas que sustentassem as suas difamações, as palavras deste quadro do MPLA causaram duvidas, uma vez que num vasto país como Angola e com uma “branch” de Inteligência Financeira, o cidadão Adelino de Almeida, foi o único a ver “milhões” da “Open Society”, a entrarem nas contas dos “Revús”, para derrubar  o regime. A sua tese entra em contradição com as anteriores pronunciadas por dirigentes do MPLA, que acusam a UNITA, de ser a financiadora das manifestações dos jovens contestatários a governação de JES.

 

Há informações, de que os Serviços de Inteligência estarão a preparar um dossiê para que nas próximas aparições públicas, Adelino de Almeida venha a desacreditar um Deputado da CASA-CE, Lindo Bernardo Tito, que se tem revelado bastante interventivo no Parlamento.

 

Antigo estudante do segundo ano da “escola do partido”, vulgo “Catambor”, Adelino de Almeida notabilizou-se nos anos 80, ao lado de um outro correligionário, André Passy como os “rapazes propagandas” do regime. O papel de ambos era contornar, e estarem em coabitação com os serviços de inteligência militar, a partir de Luanda, para, contornar versões da UNITA, sobre o desenvolvimento do conflito armado, na comunicação estrangeira.

 

A nível da media, Marques de Almeida marcou história por ter passado por três órgãos de comunicação social (TPA, Jornal de Angola, RNA) como diretor-geral. Serviu duas legislatura, como deputado a Assembleia Nacional, o que lhe habilita a uma reforma aceitável. O seu recente reaparecimento, sob capa de “analista político”, rompe com o   silencio que o mantinha depois de se ter retirado da vida pública, para tratar de um problema de saúde semelhante ao do antigo Presidente Agostinho Neto.