Lisboa – A petiz (nas imagens) que aparenta ter uns três anitos de idade, provocou fortes emoções no passado dia 28 de Agosto, a margem de uma manifestação, em frente ao consulado de Angola em Lisboa, destinada exigir a libertação de presos políticos, em Angola. A menina é filha de Luaty Beirão, mais conhecido por “Ikonoklasta”, apareceu exibindo um cartaz com o rosto do pai que ela já não vê há mais de 90 dias.

 Fonte: Club-k.net

O pai da criança e outros seus amigos, foram presos por terem lido um livro intitulado “Da ditadura a democracia”, na qual as autoridades angolanas suspeitam ser uma fonte de ensinamento para planos de “Golpe de Estado” contra o Presidente José Eduardo dos Santos (JES).

Nas redes sociais, onde a imagem circula, foram feitos comentários questionando se isto tivesse acontecido no largo 1º de Maio, a Polícia angolana iria agredir a criança da mesma forma como fez com as mães dos 15 detidos que recentemente pretendiam realizar uma manifestação pela libertação dos seus filhos.

 

O peso da ditadura

 

Com um pequeno cartaz na mão, Maria José, uma portuguesa de 63 anos de idade, associou-se ao grupo, segundo uma reportagem da DW.

"Em 63 anos, já passei por uma ditadura. Sei o que isso é. Sei o que são presos políticos. Sei o que é tortura. Sei o que é desaparecimento de pessoas," garante. 

"Tanto aqui como nos países - nas colónias que os portugueses tiveram – a ditadura foi terrível para todos," acredita a portuguesa.

Sem meias palavras, ela critica o silêncio do Governo português face às constantes violações dos direitos humanos em Angola.

 

"Acho inacreditável que hoje, em Portugal, sucessivos governos, todos eles, entraram no conluio com Angola, recusam-se a falar do assunto e continuam em grandes negociatas em que deixam comprar o país," dispara.

 

"Neste momento, a família de Zedú e companhia, como é evidente, são efetivamente donos de muita coisa em Portugal. Acho isso incrível, absolutamente inacreditável para um país que viveu uma revolução há 41 anos e que não era isso que pretendia, de maneira nenhuma," considera.