Lisboa - As autoridades angolanas estão a ser apresentadas, em meios competentes como estando a aliciar, com promessas de liberdade,   alguns presos políticos para que   identifiquem o acadêmico Domingos da Cruz como seu líder, nas palestras sobre o livro “da ditadura para democracia”, na qual o regime acredita ser fonte de conhecimento para um possível “Golpe de Estado”, contra o Presidente José Eduardo dos Santos (JES).

 

 Fonte: Club-k.net

Foram persuadidos a  depor contra Domingos da Cruz

Domingos José da Cruz que se encontra detido na cadeia de Calomboloco, é a figura que animava as palestras e preparava-se para lançar um livro baseado na obra “Da Ditadura á democracia”. No dia que ocorreram as detenções contra os jovens, ele se ausentou de Luanda rumo a República da Namíbia para consulta das vistas tendo sido detido na fronteira da Santa Clara, na província do Cunene.

 

De acordo com a recomposição  de recentes acontecimentos, os instrutores do regime que conduzem os interrogatórios sobre os mesmos, terão adoptado uma estratégia de instrumentalização   centradas em questões que visam colocar   os detidos contra Domingos da Cruz.

 

Foram apresentados a todos eles,  papeis que as autoridades alegaram ser textos de Da Cruz, e persuadiam os mesmos a testemunhar que é da autoria do jovem  acadêmico. Os papeis segundo conhecimento, traziam uma parte de escritos de Da Cruz retomados na internet, e outra parte aparentavam ser escritos adulterados.

 

Os instrutores alegaram aos detidos que já tinham informações de que o acadêmico era o líder e que gozava de apoio externo sem o conhecimento dos demais. De forma a jogarem-lhes contra Domingos da Cruz, foi-lhes também dito que por causa de Da Cruz, eles corriam o risco de terem sido mortos pois este, segundo insinuações dos instrutores do regime, sabia que seriam detidos naquele dia 20 de Junho mas optou, por não dizer a ninguém fugindo com um suposto passaporte que lhe foi dado pelos americanos.

 

De todos eles, os detidos, Álvaro Nuno Dala e Nicola Radical, que se encontram na cadeia de Caquila, foram os que os instrutores do regime sentiram terem estado confusos com a versão passada destina a depor contra Domingos da Cruz.

 

Álvaro Nuno Dala é também professor aniversario que certa vez ao abordar os jovens do “Movimento Revolucionário” notou que alguns deles estavam desprovidos de conhecimento sobre conceitos democráticos e outros ligados as liberdades cívicas. Foi através da sua abordagem que pariu a ideia de se realizarem palestras aos sábados em torno de vários livros começando com o “da ditadura á democracia”.

 

A percepção de que ele teria se revelado “confuso” é baseado na reação que teve numa das sessões de interrogatório, em que os instrutores colocaram-lhe contra Domingos da Cruz dizendo que aquele teria reivindicado a iniciativa da paridade das palestras.

 

Nito Alves, Luaty Beirão e Sedrick de Carvalho, são identificados como os presos da cadeia de Calomboloca que não se terão deixado persuadir na estratégia de depor contra Domingos da Cruz ou de aceitar fazer depoimentos do interesse do regime, em troca de liberdade. A reverencia sentida nestes, é associada a experiência que revelam ter quanto aos métodos de ação do regime.