Luanda - A ilusão está para as autoestradas da informação como o petróleo esteve para as autoestradas do automóvel.


Fonte: Club-k.net

Uma das três. Ou em política não há princípios, tudo se reduz ao mais ou menos hábil jogo dos interesses das circunstâncias. Ou em política não existe moral para a oposição ser corrompida. Ou há e então – como os princípios são justamente o que orienta as circunstâncias sendo independentes delas e dos interesses? O que teriam dito os partidos da oposição se o singular voto que reconduziu o MPLA e o seu líder em 2012 para a governação de Angola, se ele tivesse sido obtido do mesmo modo, mas… em sentido contrário?


A resposta a esta simples pergunta – cortante na sua evidência. Traça um penoso retrato destes episódios e dos seus protagonistas. Retratos que, não tenhamos dúvidas, eles arrastarão para o futuro.


Ainda na discussão parlamentar sobre a lei do registo oficioso, ficou patente a postura da oposição que insinuava sobre a fraude antecipada das eleições de 2017 esquecendo-se que ela em si não é uma oposição da alternância. A oposição toca muitas fanfarras, grita muito, desconfia da sua própria sombra e esconde a sua incapacidade de ter ou traçar um projeto de alternância governativa optando pela teoria de vitimização ou fulanização do seu percurso.


Recordando Michel Meyer “ A inveja é um sentimento que visa privar o outro da sua diferença, que só invoca o álibi igualitário para esconder a sua mediocridade”.
É estranho o sorriso que sempre provocam as suas referências a este assunto, atribuindo ao MPLA e José Eduardo dos santos, à falta de discernimento, de patriotismo, de consideração pelo povo que o elegeu, pelo descaminho do erário público, enfim… Também riu-me destas vulgas interpretações da oposição sobre Angola. Penso que o sorriso que a “Vulgata internet” provoca não passa de uma reação, benevolente e até saudável, às piedosas ilusões que nele se assumem sobre o seu papel de desacreditar insensivelmente os feitos de quem está a governor.


Outro sim, é redutora a ideia que conduz tudo a uma só dimensão, a dimensão da descredibilização, da difamação, do subdesenvolvimento, da pobreza estrema do povo, da corrupção insanável. Esta forma de olhar o País pela oposição é um protótipo da utopia conducente ao delírio à ascensão do poder.


É fundamental não iludir esta caminhada do progresso. E, para isso, do que precisamos é de uma juventude participativa para elencar o seu conhecimento a boa prática de cidadania e do respeito as instituições do Estado.


Hoje, o problema fundamental que se põe para o país, não é da falta de desenvolvimento, integração da juventude e não é técnico, mas eminentemente político. Ou seja, ele não é do acesso e da quantidade da informação – que é instantâneo e torrencial - , mas, como diz o António Luvualu “é o da filtragem” e do seu destino. Que o mesmo é dizer, ele depende inteiramente do modelo concreto de desenvolvimento que se tenha para o futuro e este futuro depende da oposição.