Luanda - Vários jovens angolanos de um conjunto de 16 detidos em Luanda desde 20 de Junho, acusados de tentativa de golpe de Estado, mas sem culpa formada, iniciaram há três dias uma greve de fome. “De acordo com a sua vontade, este processo só terminará quando forem soltos, sendo que o estado de saúde dos activistas é bastante preocupante”, denunciou o grupo de solidariedade Liberdade para os Presos Políticos em Angola.

Fonte: Publico

O grupo informou que quatro dos detidos – Domingos da Cruz, Inocêncio de Brito, Luaty Beirão e Sedrik de Carvalho, detidos no estabelecimento prisional de Calomboloca – entraram em greve de fome à meia-noite de dia 21 de Setembro. O site informativo Rede Angola noticiou que são oito os que iniciaram o protesto e acrescenta os nomes de Hitler Jessia Chiconda ‘Samussuku’, Arante Kivuvu Lopes, Afonso Matias ‘Mbanza-Hamza’ e Benedito Jeremias, que estão na cadeia de São Paulo.

 

“Pessoas detidas por tentativa de golpe de Estado são, naturalmente, presos políticos”, considera o grupo Liberdade para os Presos Políticos.

 

Os jovens detidos – primeiro 15, mais tarde outro – estariam a organizar uma manifestação pacífica a favor dos direitos humanos quando foram detidos. Alegam que se encontravam regularmente para discutir formas de participação cívica e política. Foram detidos pela Direcção Nacional de Investigação Criminal e pela Polícia Nacional, que apreendeu material informático, fotográfico e outro equipamento.

 

Alguns dos detidos, caso do músico Luaty Beirão, tornaram-se conhecidos nos últimos anos por fazerem parte do chamado Movimento Revolucionário, que tem organizado vários protestos contra o Governo angolano.

 

Uma das acções de solidariedade já realizadas com os detidos angolanos foi o vídeo Liberdade Já, divulgado na página do Facebook "Liberdade para os presos poliíticos em Angola" e no Youtube. Nele mais de duas dezenas de músicos, actores, artistas plásticos, produtores culturais, activistas jornalista ou intelectuais dão a cara pela liberdade dos activistas. O Parlamento também já pediu a libertação desses e de outros detidos em Angola.

 

Em Lisboa realizaram-se já acções de rua e uma conversa aberta organizada pela Amnistia Internacional.