Luanda – O ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, considerou que o sistema BRT traduz-se num "desafio que nos obriga a repensar todo o sistema de deslocamentos da população, dando resposta à política defendida pelo Governo em relação à priorização do transporte colectivo, estruturado com base nas directrizes do Plano Director-Geral da Região Metropolitana de Luanda".

Fonte: Club-k.net
Augusto Tomás falava nesta terça-feira, 29 de Setembro, em Luanda, durante o seminário sobre BRT (Transito Rápido por Autocarro), um sistema de transporte que proporciona rápida mobilidade urbana, confortável, com custo eficiente, operação optizada e serviço ao utente de alta qualidade.

Segundo disse, o crescimento do volume de automóveis nas vias urbanas impacta negativamente na velocidade do transporte colectivo regular convencional. Tal facto acontece, quando o transporte colectivo disputa espaço no mesmo sistema viário, e transfere passageiros para o transporte realizado por veículos de pequeno porte, na sua maioria informais, degradando o perfil de deslocamento dos indivíduos em suas viagens urbanas.

Segundo afirmou, o objectivo é reduzir o tempo de deslocamento dos cidadãos, aumentar o conforto e a segurança das viagens, gerar eficiência na produção dos serviços, oferecer tarifas módicas e flexíveis para aumentar a atractividade do sistema de transporte colectivo.

"Estamos a falar da implantação do sistema BRT – Trânsito Rápido por Autocarros de Luanda, que marca mais uma etapa no processo contínuo de melhorias no transporte de passageiros em Luanda".
O sistema BRT de Luanda será implantado de acordo com o conceito pleno de mobilidade urbana, integrado aos sistemas de transporte ferroviário, marítimo e inserido na rede de transporte existente.

Os veículos irão transitar em uma via exclusiva para a sua circulação, com extensão total de 53 quilómetros, divididos em dois corredores com vinte e quatro estações e irá operar com uma frota inicial de 240 autocarros, sendo 90 articulados, 50 biarticulados e 100 alimentadores convencionais, capazes de transportar em torno de 200 mil passageiros/dia ou 5 milhões passageiros/mês.

O primeiro sistema de BRT foi a Rede Integrada de Transporte (RIT), no município de Curitiba, Paraná, no Brasil, que entrou em operação em 1974. Este sistema inspirou muitos outros semelhantes em todo o Brasil e no mundo, como o Tras-Milénio, em Bogotá, na Colômbia, inaugurado em 2000. Em Novembro de 2013, mais de 166 cidades tinham implementado sistemas BRT, respondendo por 4.336 quilómetros de corredores-autocarros.

Estima-se que cerca de 27 milhões de passageiros utilizam este sistema de transporte público em todo o mundo diariamente, dos quais cerca de 17 milhões estão na América Latina, região que tem a maioria dos sistemas.