Luanda - O Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF), num comunicado datado de 5 de Outubro, considera como «difamatórias e inoportunas» as acusações do vice- governador do Huambo para o sector Político e Social, Guilherme Tuluca, sobre o desempenho da referida organização sindical naquela província.

*Ilídio Manuel
Fonte: Club-k.net

No comunicado, o SINPROF que tem como secretária-geral dessa organização, Hermínia do Nascimento, reagia assim ao relatório produzido por Guilherme Tuluca sobre o sector da educação na província do Huambo, depois de uma denúncia feita pelo sindicato sobre um suposto desvio de avultadas somas em dinheiro.


O SINPROF não só manifesta a sua indignação às afirmações feitas pelo governante local, como também considera a sua atitude como «irresponsável», porquanto a mesma «visa enlamear a imagem da estrutura sindical» junto da opinião pública.

Na óptica do sindicato dos professores, o relatório elaborado pelo vice-governador do Huambo para o sector Político e Social, além de manifestar uma «parcialidade de juízo», visa também «beneficiar organizações de sua conveniência» com base num «saudosismo revanchista», tendo em conta o «seu triste passado como director dos Recursos Humanos do Ministério da Educação (MED)».


Depois de lembrar que o SINPROF «exerceu sempre a actividade sindical no respeito as leis e princípios democráticos», a organização sindical denuncia estar a sofrer uma «doentia hostilidade» por parte de Guilherme Tuluca, desde os tempos em que ele exercia o cargo de director nacional dos Recursos Humanos do MED». O sindicato dos professores denuncia também a tentativa «caluniosa» do vice-governador do Huambo em politizar um assunto de natureza meramente sindical, bem como de pretender desviar as atenções sobre uma alegada gestão danosa de verbas. «Embora a adesão ao SINPROF não esteja condicionada à militância em qualquer partido político e não sendo da responsabilidade do sindicato as acções extra-sindicais dos seus associados, a SG desta organização, Hermínia do Nascimento, nunca exerceu actividade político-partidária, como acusou o Sr. Tuluca, no seu relatório», lê-se no comunicado.


Contrariando às afirmações do governante, o SINPROF pede que o vice-governador do Huambo apresente publicamente provas sobre o suposto envolvimento deste sindicato em acções que visem «desestabilizar o processo docente e criar um clima propenso à subversão».

Pede ainda que prove o envolvimento da estrutura sindical num alegado conluio com formações políticas da oposição, assim como interesses estrangeiros, nomeadamente os dos «EUA, países nórdicos e do Ocidente».

 

A terminar, a organização sindical reafirma a sua «atitude solidária para com os sindicalistas e filiados do Huambo, principalmente Domingos Calupeteca». Este sindicalista que, na óptica do SINPROF, tem estado a ver vítima de uma campanha de «perseguição e difamação», por ter ousado denunciar a «arrecadação abusiva de quotas por parte do STECDCS», uma organização sindical que terá sido criada à sombra do poder.

 

O relatório, que está no centro da polémica, foi divulgado em primeira-mão pelo Club K e tem suscitado uma série de reacções negativas por parte dos cibernautas que acusam Guilherme Tuluca de ter faltado à verdade no documento que remetera a 10 de Julho ao gabinete do governador Kundi Paihama. No documento em causa, ele acusara o representante máximo do SINPROF na província do Huambo de ser da «UNITA e de receber orientações dos Estados Unidos da América». Acusara também o dirigente sindical Tarcísio João Memória Ekulica de ter «frequentado na África do Sul uma formação sobre métodos de política de governação, sob patrocínio da embaixada americana».