Lisboa – O regime angolano negociou nesta manha de terça-feira (13), em Luanda,   com uma corrente da Igreja Católica para emitir um comunicado de imprensa para negar publicamente o episodio desta segunda-feira em que a Polícia Nacional invadiu o espaço da Igreja Nossa Senhora de Fatima, para prender fieis que rezavam pela saúde dos presos políticos em Angola.

 Fonte: Club-k.net

A figura do clero a quem o regime contactou é Dom Anastácio Kahango Franciscano Capuchinho, Bispo imérito Auxiliar da Arquidiocese de Luanda, que entretanto aceitou escrever o comunicado em nome das duas Igrejas (Sagrada Família e Nossa Senhora de Fatima) e que será as 20 horas de hoje nos órgãos de comunicação do governo.

 

Segundo se sabe, o assunto está a gerar discórdia dentro da Igreja Católica em Luanda havendo vozes acusando Dom Anastácio Kahango de estar a cometer um acto de traição, uma vez que o comunicado de desmentido foi elaborado sem o consentimento das duas paroquias que sofreram invasão da Polícia Nacional.

 

Esta manha um responsável da Policia Nacional ao ser confrontado com o assunto desta ação policial disse que não é pratica da corporação invadir as Igrejas. Contudo, o responsável disse que iria investigar o assunto que ele descreveu como “homem que usaram a farda da policia para invadir a Igreja”.

 

Pároco da Sagrada Família sofre ameaças

 

Tudo começou na passada quinta-feira quando um grupo de crentes e familiares e amigos dos presos políticos decidiram ir realizar uma vigília na Igreja Sagrada Família. As autoridades ao se aperceberem do acto teriam ameaçado o Pároco da Igreja, Padre Armando para que não permitisse cultos em favor dos presos políticos. O sacerdote teria rejeitado, porém na sua homilia de sábado falou da necessidade de se impulsionar os direitos humanos, a justeza do trabalhos dos activistas, contra as prisões por diferenças de opinião e pelas liberdades. O seu discurso foi na visão de observadores, visto como se fosse um recado a um grupo de dirigentes do MPLA como João Martins que por coincidência estavam assistir a missa naquele dia.

 

Incomodado com a aderência das homilias, o executivo sob liderança do Presidente José Eduardo dos Santos teria despachado para Igreja da Sagrada Família no dia seguinte um batalhão de 30 carros da Policia de Intervenção Rápida (PIR) acompanhados por cães e outros material de guerra, afim de desalojar as pessoas.

 


Os agentes da Policia que vinham preparados para agredir os crentes teriam recuado uma vez que encontraram estes vestidos de brancos, com velas nas mãos e a cantarem cânticos religiosos. O recuo dos mesmos aconteceu depois de deputados da UNITA, e outras figuras terem dialogo com os mesmos para que se evitassem descarregar contra as pessoas indefesas que ai se encontravam. 

 

Por outro lado o executivo fez sair um comunicado alegando que as vigílias eram ilegais e que visavam pressionar o poder judicial para a libertação dos presos políticos.

 

De acordo com esclarecimentos, o incomodo que as autoridades sentiram nestas vigílias deve-se ao facto de elas terem ocorrido sem sobressaltos. Muitos populares chegaram a conclusão que as outras vigílias ou manifestações correm mal por causa da policia que é orientada a fazer arruaças e agredir as pessoas para criar a ideia de confusão.

 

A recente, vigília, segundo pareceres, põem em causa a propaganda do governo que denigre as atividades que não pertencem ao partido que sustentam o regime outros, razão pela qual procuraram sabotar a homilia de segunda feira ordenando os agentes da policia a invadir a Igreja de Nossa Senhora de Fatima.