Luanda - A composição intelectual e orgulho de uma nação dependem em grande parte das mentes sãs que dela fazem parte. É certo que cada um tem o seu papel numa sociedade não obstante as circunstâncias em que os factos se fazem sentir. De dizer que muitas vezes há males que venham por bem. Isto só para dizer que o insano nos mostra o quanto ter saúde mental é importante. Já dizia um padre amigo de meus pais: “ Deus é bom mas o diabo não é assim tão mau”.

Fonte: Club-k.net

Muitas das vezes temos sido utópicos quando tentamos dizer que o desenvolvimento de um grupo em particular ou de uma nação para generalizar não depende de um todo que dela faz parte. Não vamos tentar particularizar os principais actores. Não depende só de quem manda mas também de quem obedece. Vamos lá ser sinceros; Se não houvesse escravos, não haveria escravatura, logo se não há quem obedece não pode haver quem manda.

Quando nos apercebemos que as coisas não correm bem ou as evidências começam a demostrar que o futuro que nos aguarda não será dos melhores, corrigimos de modos a evitarmos o descalabro na linha da frente. Para que não nos arrependamos mais tarde é preferível que saremos as queimaduras por graus. Não vamos esperar que estejam em podridão para que tentemos reverter a situação. Eu, particularmente, penso da seguinte forma: Jovem frustrado nação ameaçada; geração mal formada futuro turbulento de uma nação à vista. Hoje em dia o querer saber cedeu a sua força, o seu domínio, a sua primazia e raiz fundamental ao querer ter. Já se diz: “ De nada me vale saber se nada tenho”. O cérebro não alimenta o estômago. No mesmo prisma mas de pensamento oposto se encontra o destituído de qualquer instrução académica ou como queiramos, o menos alfabetizado e que possui bens materiais, num país ou nação em que ter mais vale mais do que saber mais, julga estar em vantagens. “Sei, mas nada tenho, tenho, mas nada sei”. O que nada tem lutará para poder ter: Usar o cérebro convenientemente; o que nada sabe poderá ter ou terá sempre até encontrar alguém que sabe o quanto vale o que ele tem e fazê‐lo perder e ficar com nada. Nada melhor do que o poder saber ostentando. Só para dizer que a ignorância nunca se vai sobrepor ao conhecimento. Todo o sábio deverá saber usar a sua arma letal: o cérebro. Já dizia o meu pai: “ Homens com capacidade de usar a inteligência ao serviço do mal.

“Professor, me ajuda, faxavori...” . Nos dias de hoje é comum se ouvir os pedidos que eu considero como “a catástrofe académica” desde a base ao topo. Na primária o pai pede “faxavori” ao professor para que o filho mesmo sem condições académicas e pedagógicas transite e na medida que o tempo vai passando, na secundária o aluno já transviado pelo comportamento paternal pede “faxavori” ao professor para o mesmo objectivo. Todos esses favores em troca de uma realização académica e incorrecta maneira de agir se revertem em descalabro que vimos nos dias de hoje. A verdadeira educação não é vista nem sentida em muitos seios familiares. Os tempos passam mas acredito eu que as formas de amar e educar deveriam permanecer intactas. Quem educa ama e vice‐versa. O amor verdadeiro e inimaginável transcende todas as formas de querer bem ao próximo.

Hoje em dia é comum o “faxavori” nas instituições de ensino até superiores. É certo que pedir favor é ser educado. Cabe ao pedido, entenda‐se o solicitado, dependentemente de factores inerentes ao pedido aceitar ou não. Se estudamos é porque auguramos alguma sapiência que com mais trabalho poderemos encontrar algum equilíbrio vivencial, isto é, ter um pouco, fruto do bom saber e bem‐fazer. O que poderemos esperar de uma geração estudantil que um 10 sobre 20 numa avaliação, dá cantos de glórias, aleluias e agradecimentos a Hossana nas alturas??? E o pior é quando o tal 10 é conseguido fruto do reboque administrativo da área pedagógica (ajudas dos professores e influências parentescas) e que considero bom senso dos educadores‐ professores. Estudam pouco e gostam de depender do bom senso de quem ensina e avalia. Muitos dos alunos hoje entram nas escolas e instituições com o intuito de se fazer amigo dos professores augurando a realização um futuro favor. Fazem muito pouco uso da inteligência académica. Usar artimanhas para ludibriar ao invés de adquirir conhecimento que no futuro hão‐de ditar a pessoa que é. Ultrajam‐se de beleza exterior para seduzir ao invés de estudarem. Usam argumentos insanos para “metamorfar” a situação que lhes é desfavorecida. Os alunos de hoje em dia, tudo fazem para conseguirem uma vantagem para suceder academicamente, menos estudar como deve ser. Habituados a mediocridade. Pouco ou nada fazem para se superar. Refiro‐me num todo que chega a ser a maioria que embarca no navio da geração medíocre e não que esteja a particularizar. Devemos muito fazer para atingir a nossa capacidade máxima de produção e nunca nos deleitarmos no pouco conhecimento. Saber nunca foi e nunca será demais.

Há pessoas que sabem muito mas pouco usam o cérebro. Distribuição não equitativa da acção. Não saber adequar o que sabe as circunstâncias. Quando era mais novo não via nada na Matemática. Hoje sei que um bom matemático é um bom estratega. Professores como eu temos tentado transmitir esses conhecimentos a nova geração estudantil. Vamos deixar pra trás o propósito que não nos trouxe a escola. Se calhar não conseguem ver agora o mal que isto faz. Favores para atingirem níveis académicos altos sem mérito e sacrifício nunca vão encobrir a percentagem de ignorância. A desculpa esfarrapada para muitos deles centra‐se na ideia de que “ a teoria é diferente da prática”. Teoria sem fundo palpável. Poucos têm tido sucesso em fazer sem saber.

Pais e professores, vamos fazer o nosso trabalho para que amanhã vários dedos indicadores sejam apontados em nossas direcções com o orgulho de trabalho bem feito. Os mesmos que nos pedem favores são os mesmos que nos chamam de corruptos. Atenção: A festa dos pedidos para transição começa sempre a partir de Outubro‐Novembro, quando se aproxima o final de cada ano lectivo, onde os que já estão à rasca, começam a tentar que nem diabos. É preferível que me seja apontado o dedo por uma boa causa e com o suspiro de satisfação de quem aponta. Ainda conheço muitos bons professores de referência que como eu têm batalhado na eliminação desta geração medíocre de pensamento. Coloquemos o profissionalismo sempre a frente do bom senso. Lembremo‐nos que esta geração amanhã poderá estar a cuidar da tua geração (os filhos e netos).

Reflictamos!

Edson Nuno a.k.a Edy Lobo, Licenciado em Língua e Literatura Inglesa