Luanda - Não importa ser‐me desconhecido o autor do velho axioma “De boas intenções, está o inferno cheio”. O que realmente importa, a mim e a muitos outros, são as (in) diferenças e (in) conveniências que marcam a posturas da comunicação social portuguesa consoante o motivo da sua ação e/ou intervenção moral e cívica. Afinal, o que podemos nós todos cidadãos Luso‐ angolanos, ou Ango‐lusitanos esperar dessa (afoita) classe se o mal ou a desgraça nos bater à porta? Não me parece que daqui se possa extrair resposta fácil (porque se assim fosse, não me teria dado a prostração do meu todo esgotado espírito à uma hora destas), daí rogar os auspícios pragmáticos de uma visão dicotómica mais ou menos imbuída do signo da exclusão de partes.

Fonte: Club-k.net

Teremos assim um (tendencialmente largo) espetro em que sobrepuja a certeza, a mesma certeza em que se esbate toda margem de erro analítico objetivo desta questão. Desde logo vêm a colação as recorrentes referências ao, ora governo, ora “regime” angolano, subvertendo a verdade subjacente ao poder que a cor da pele exerce no interior das redações do média portugueses. Honestamente, tenho sérias dúvidas se o mediatismo de certa reclusão se deve a greve de fome ou às raízes ancestrais do objeto. Porque, se o leproso foi digno de referência singular na sua nobre atitude de reconhecimento para com o seu benfeitor, atente‐se que essa era absolutamente escurtinável. Aqui, porém, parece que só se escortina o ativismo (em contexto de reclusão) para coroar um único herói em detrimento de outros 14.


Porque não se fez tanto ruído noutras ocasiões se a receita do “regime” se faz sentir há bastante? Ok. Está bem, aceito todas as justificações possíveis e imaginárias. Mas agora vejam só se conseguem explicar a esse (perplexo de espírito), isto: Porque é que há tanto tempo que “ando atrás dos média portugueses” para denunciar um despedimento injusto e vergonhoso, objeto de um julgamento cuja gravação só se percebe nas partes que interessam a parte contrária, em que fui representado por advogados desonestos (nomeados pela Ordem dos Advogados Portugueses), até ao momento, a sensação com que fiquei é que – de uma ponta à outra ‐ as redações se fecharam e blindaram. Não será óbvio e mais simples tratar com lisura o que está dentro das nossas portas antes de olharmos para o que se passa em casa do vizinho afastado? Parece‐me que há quem se apressa a denunciar a violência doméstica dentro de portas alheias ao mesmo tempo que mantém o seu par amordaçado.

Por isso, para ser honesto comigo próprio e convosco, lanço‐vos o repto de seguirem também o sentido inverso da vossa marcha; Ou seja, trazerem para o conhecimento do público angolano a verdade sobre a sentença proferida nos termos do processo no no244/11.0TTALM ‐ Io Juízo 6oAndar (és Tribunal do Trabalho de Almada – atual Barreiro), sobre o qual “estou farto” de enviar mails para as redações da comunicação social portuguesa. A incerteza que não posso ter agora, é que estou certo de que a comunicação social portuguesa está a usar dois pesos e duas medidas como bitola para lidar com o meu (superprotegido) caso.

Tomé Filomeno M. António