Luanda - A jovem Rita Arménia Matias Lobo, 25 anos, acusa o músico Evaristo Nkruman Luís Beia, integrante do grupo de rapper ‘Army Squad’, com quem diz ter um filho de seis meses, de fuga à paternidade, apontando a falta do cumprimento da pensão alimentícia e agressões físicas. Contactado por este jornal, o músico nega, de forma arrogante, as acusações, alegando que a mãe do seu filho tem raiva por ele não ter casado consigo.

Fonte: O Crime

Rita Lobo procurou este jornal, dizendo-se agastada com a situação que vive. Ao longo de nove anos, teve um relacionamento com o músico Nkruma Beia, que resultou no nascimento do pequeno Kennedy Beia, de seis meses de vida. Antes do surgimento daquela preciosa dádiva (filho), tudo corria às “mil maravilhas”, razão pela qual o então noivo lhe exigia um filho.

No entanto, quando menos esperava, Rita Lobo engravidou. Feliz da vida por ter conseguido o bem mais precioso de uma relação, correu para o namorado com o objectivo de partilhar a alegria. Mas, ao que tudo indica, se mal pensou pior o fez. É que, Nkruman Beia, ao aperceber-se da gravidez, ou seja, ao invés de presentear a noiva com beijos e flores, espancou-a barbaramente, ao ponto de colocar em risco a vida do filho que, na altura, era um simples feto.

Como consequência da agressão, teve ameaças de aborto. Para salvar o filho, os médicos aconselharam-na a ter repouso absoluto. Entretanto, o que uma mãe não faz por um filho? Absolutamente tudo, pelo que abandonou o emprego que era a sua principal fonte de rendimento, que lhe daria sustentabilidade para cuidar do seu primogénito.

Para se acautelar de outras agressões, apresentou uma queixa-crime numa das unidade policiais, sendo que a aconselharam a realizar um exame forense. Mas, espantosamente, o agressor nunca foi chamado a responsabilidade. “Dada à morosidade do processo, pois era um ‘vai e vem’ constante, mas sem sucesso, me cansei, de modo que preferi parar por aí”, frisou.

Mesmo depois de ser espancada, Rita conta que tentou sempre buscar o lado paternal do cantor, mas nunca teve êxitos. “Quando telefonava para ele, me dizia que o filho não era dele e, inclusive, tratava-me muito mal! Cansei-me dos maus tratos e, por isso, preferi levar a gravidez avante e ter o bebé”, sublinhou.

Atendendo à falta de entendimento com o músico, tentou procurar auxílio nos pais do cantor, uma vez que o mesmo ainda vive com os progenitores, mas em vão, já que eles pensaram que se tratava de uma falsidade, ou o famoso golpe da barriga.

“Ouvi várias coisas, inclusive insinuações que eu pretendia dar um golpe. Agora eu pergunto: há golpe da barriga numa relação que tive durante nove anos? Isso não existe, quando se trata de uma relação de estar juntos constantemente”, afirmou.

Recentemente, voltou a ir para casa dos avôs do filho, no sentido de apresentar o neto, mas a sogra expulsou-a de casa, dizendo que não tinha nada a ver com os problemas existentes entre ela e seu filho, ou seja, que fossem resolvê-los bem longe.

Decorrido vários dias, o filho adoeceu e, precisando de dinheiro para a consulta, telefonou novamente a Nkruman Beia. Conta que independentemente de ter ou não aceitado a paternidade, pela primeira vez, depositou 30 mil kwanzas para o tratamento, o que foi insuficiente atendendo às necessidades.


Para a infelicidade da pobre mãe, na revisão foi diagnosticado uma inflamação no pulmão do bebé, o que aumentaram suas preocupações, uma vez que lhe é retirado os direitos como filho. Daí urge a necessidade de interná-lo numa unidade hospitalar. “Telefono para ele, mas não me atende. Mas, se telefonar de um número desconhecido, ele atende. Quando ouvir a minha voz, ele desliga o telemóvel”, lamentou.

Fez saber que antes dessa situação, quando lhe era cobrado outros pequenos deveres, o músico dizia que tinham que partilhar os gastos. Cabe a pergunta: ‘como é possível? Se ela abandonou emprego depois de ser agredida, sendo que em causa estava a vida do bebé?

Ela, desesperada, clama por ajuda de um advogado de boa-fé, a fim acompanhá-la nessa empreitada, já que em causa está a vida de uma criança indefesa. Por outra, diz não suportar mais as humilhações e faltas de respeito. O filho tem sido sustentado pela avó materna, que já tem aguentado também ela.

“É uma barbara mentira”

Este jornal entrou, por via telefónica, entrou em contacto com o músico. Na conversa, de apenas 90 segundos, argumentou que não faz sentido as declarações de Rita Lobo, ou seja, trata-se de uma “mentira bárbara”. Todavia, tem desempenhado seu papel como pai. Ou melhor, tem comprado leite, fraldas, xaropes, etc., etc.

Afirmou ainda que nunca bateu na mãe do filho, tendo, nestes termos, dito: “brother, faz favor! Não sei o quê que se passa”, acrescentando ainda: “De onde é que vocês se conhecem? Isso é o quê? Ela está chocada porque não quero casar com ela, e vocês estão a dar asas?”, questionou.
O mesmo disse que poderia consultar seu advogado a respeito do assunto, assim como acusou que este jornal desejar, com seu nome, vender e fazer uma campanha para manchar seu bom nome e imagem. Disse-nos, em gesto de despedida, “hoje é segunda-feira, 02-11-15, há muitos clientes e não mereço estar envolvido em situações do género”. E, depois, desligou o telefone na cara do repórter.

Podemos, por uma questão de ética e educação, tratá-lo por músico. Mas, fora desses dois contextos, nem dá. Por outra, o sujeito está, diga-se, na rocha. É notório, em si, a falta de ética e educação. O que se poderia esperar de um brutamonte de cabeça fazia? Um indivíduo de maior idade, mas que ainda vive protegido no berço dos progenitores? É, simplesmente, um homenzinho, que é visto nas redes sociais a esbanjar luxo. Mas, espantosamente, não consegue pagar a pensão alimentar do próprio filho.

O Instituto Nacional da Criança (INAC) regista, em Luanda, uma média de trinta casos de fuga à paternidade e de pagamento da pensão de alimentos. A título ilustrativo, em Janeiro deste ano, o INAC registou 35 casos, a maioria dos quais ligados à fuga à paternidade. Em Angola, este crime se enquadra na violência doméstica e o seu infractor incorre a uma pena de dois anos de prisão.