Menongue - A conferência provincial para os preparativos do XII Congresso do Partido UNITA arrancou no dia 06 de Novembro em Menongue no Cuando Cubango. O acto de abertura contou com a participação de Membros do Comité Provincial do Partido e Delegados oriundos de todos os Municípios, Convidados dos Partidos Políticos e Entidades Eclesiásticas. Na cerimónias o mais alto Dirigente do Partido no Cuando Cubango, Senhor Ernesto Kambinda Baco tomou palavra, cujo Discurso segue em anexo:

DISCURSO DE ABERTURA DA CONFERÊNCIA PROVINCIAL


Excelências membros da Direcção do nosso glorioso Partido; Prezados Delegados à Conferência Provincial; Estimados Dirigentes dos Partidos Políticos da Oposição cá presentes; Entidades Religiosas; Caros jornalistas; Minhas Senhoras e meus Senhores. Cumpre­-me em primeiro lugar saudar a Comissão de acompanhamento e a todos aqui presentes, para participarem nas actividades da Conferência Provincial. Sejam bem­vindos Seguidamente, gostaria de agradecer o esforço de todos Quadros, tanto dos órgãos de base, do executivo provincial do partido e de organizações de massas LIMA e JURA, que se empenharam fortemente na actividade de mobilização e consolidação política, com finalidade de criar estabilidade do Partido e fazê-­lo crescer positivamente.


Honra e dignidade, aos Antigos Combatentes e Veterano da Pátria, que antes e durante os quatro (4) anos identificaram­se como alicerces do partido aqui na província do Kuando­Kubango. Para nós foi uma aula e um exemplo a seguir.


Também reconheço a firmeza e o baluarte de todos militantes e simpatizantes, que apesar de mau trato merecido por parte do nosso adversário, nunca deixaram de levantar para o nível mais alto a bandeira da UNITA. A Conferência foi convocada para cumprir uma obrigação estatutária e para além das formalidades sobre questões internas habituais, achamos que esta é também uma oportunidade para passar em revista o resumo da situação provincial a luz dos desenvolvimentos que a província tem conhecido. De facto ao longo de 4 anos, a nossa província conheceu circunstâncias que suscitaram preocupação de vários cidadãos do Kuando­-Kubango, que julgo oportuno e essencial trazer à atenção deste importante órgão do nosso partido.


Através de vários actos tácitos e de carácter aberto de ditadura, o Partido que sustenta o Governo nesta província; dum lado firmou-­se derrubar o regime democrático acordado em Bissece para dar lugar a um sistema monopartidário e a um regime de Governo autoritário. E por outro, equivocou a população sobre o seu projecto de governação em relação as características políticas do seu regime, assim como os seus procedimentos administrativas.

O povo do Kuando-­Kubango, até aqui não consegue entender o tipo e cor da democracia do MPLA. Se é do tipo “A” amarela, do tipo “B” vermelha ou do tipo Camaleão com todas as cores. Mas em relação o tempo que o MPLA está no poder, o povo despertou e entendeu que o MPLA não é democrata, não é responsável e nem tem vontade para resolver os problemas de todos os angolanos.


O povo entendeu que se o MPLA continuar no poder, nunca os angolanos poderão conhecer a liberdade, a reconciliação nacional, a justiça social, em suma todos os seus direito fundamentais e constitucionais. Prezados Conferencistas Durante o período em referência, registou­-se inumerável e variadíssimos actos de intolerância política e violação dos Direitos Humanos, isto é, perseguição, espancamentos, prisões arbitrárias, discriminação por questões politicas e sociais, a retirada de bandeiras, o aliciamento e a corrupção perpetrados pelo Partido que de momento sustenta o Governo contra os militantes afectos a UNITA, os cidadãos em geral e formalização de queixas­ crime falsos contra os dirigentes e militantes da UNITA.


O Kuando­Kubango hoje regista o elevado índice de desemprego sobretudo por parte da juventude, da alta taxa de mortalidade muito mais infantil, resultante dos serviços da saúde que são precários devido a falta constante de medicamentos nas unidades sanitárias e não só, também a inexistência de postos clínicos e enfermeiros em certas zonas.


A educação é um outro sector frágil, que para além da insuficiência de docentes que já existem mas não são aplicados todos e de salas de aulas, constata­-se a falta de material de apoio para os professores e alunos, a violação de princípios pedagógicos até ao ponto de vulnerabilizar o sistema. Isto tem como consequências nocivas instalar na província o sistema de ensino não de qualidade.


O facto de o governo ignorar o segundo sector económico do país que é a agricultura, a sucessão de um fenómeno natural que são as quedas pluviométricas irregulares dominantes nesta província, sobretudo nas regiões sul e leste, que têm desfavorecido a exploração agrícola aos camponeses, estes factores agudizam cada vez mais a fome e a pobreza. Ao abono da verdade, muitas famílias não conseguem um quilo de milho para não falarmos em quilo de farinha de milho, de massango e massambala para dar de comer os seus filhos.


O que nos preocupa bastante é o Governo estar em silêncio perante esta penúria. Na vertente das vias de comunicação; de cerca de 4 350 km de estradas que a província necessita para ligar os municípios e as respectivas comunas, actualmente a província conta com apenas 450 km de estradas asfaltadas, algumas em construção desde 2008 e anualmente custam os dinheiros dos conferes do Estado, mas nunca são concluídas. Outras nunca já entraram no plano e dificultam sobremaneira a livre circulação de pessoas e bens.

Dos nove Municípios que compõem a província do Kuando-­Kubango, apenas o município sede, dispõe de 9 Grupos Giradores que abastecem somente cerca de 12 000 residentes a partir de Janeiro de 2015. Os três Municípios da orla fronteiriça nomeadamente kuangar, Calai e Dirico beneficiam da energia da Republica da Namíbia. Companheiro, com isto tudo, o povo do Kuando-­Kubango quer a alternância do poder já em 2017 e a UNITA é indubitavelmente o factor principal capaz de concretizar este desiderato.


Chegou o momento de devolvermos a dignidade ao povo angolano e em particular desta província

Nesta senda, a UNITA no Kuando­-Kubango, vai trabalhar fortemente no sentido de ganhar as próximas eleições gerais em 2017. Vamos começar por aqui ganhar as eleições rumo a vitória geral. Vamos cumprir com aquela máxima que diz e eu cito: “Menongue ponto de partida e Luanda ponto de chegada” Declaro aberta a Conferência provincial. Muito obrigado.