Luanda - Numa altura em que o executivo angolano, procura mostrar ao mundo que não controla e nem interfere nos órgãos de justiça, um alto dirigente do MPLA, em Luanda, Jesuíno Silva foi visto na contra-mão, nesta segunda-feira (16) dirigindo um grupo de motoqueiros para realizar uma contra-manifestação (ou arruaças), em resposta algum gesto de solidariedade que ocorresse nas mediações do Tribunal, onde os presos políticos estão a ser julgados.

Fonte: Club-k.net

Criou grupo para espancar apoiantes de presos políticos

O grupo de Jesuíno Silva apareceu trajado de camisolas com os dizeres “justiça sim, mas sem pressão”, como forma de contrariar o slogan popular “liberdade já”. O referido grupo estava a trabalhar em coordenação com a Polícia Nacional, e teve acesso a TPA que os apresentou com a designação de “sociedade civil”, para causar sensação de que fossem cidadãos independentes.

 

Aos microfones da TPA, um dos entrevistado da milícia de Jesuíno Silva admitiu que estavam ali para impedir alguma tentativa de realização de manifestação de populares em solidariedade aos presos políticos. Um outro entrevistado foi identificado por conhecedores do dossiê como “OV”, dos serviços de inteligência que tem a missão de acompanhar as manifestações criticas ao regime. O mesmo foi também apresentado pela TPA, como suposto membro da sociedade civil.

 

De acordo com as leis angolanas, não é dever de Jesuíno Silva formar grupos de milícias do MPLA, para impedir e reprimir cidadãos de realizarem direitos constitucionais como manifestação ou greve.

 

Não há conhecimento se Jesuíno Silva agiu a mando da direcção do partido em Luanda, ou se fê-lo por iniciativa própria como forma de se insinuar ao Presidente José Eduardo dos Santos, que tem a fama de não nutrir simpatias pela sua pessoa.

 

Em Maio de 2012, o Comitê do MPLA, em Luanda, de que Jesuíno Silva faz parte já teria criado problemas a imagem do Chefe de Estado, por assassinarem um manifestantes, Isaias Cassule que de seguida foi atirado a um rio habitado por jacarés, na província do Bengo.

 


Volvido, três anos, Jesuíno Silva dá sinais de voltar a provocar mais actos de assassinatos e arruaças para que os opositores do regime registem e um dia ao Tribunal Internacional como prova de actos ocorridos no consulado do Presidente, Dos Santos.

 

De realçar que esta não é primeira vez que este dirigente partidário aparece a dirigir grupos subversivos para coatar direitos constitucionais dos cidadãos. Em Julho passado, o Bloco Democrático fez uma participação contra ele por ter ordenado a agressão de um dirigente seu Joaquim Lutambi. A agressão aconteceu a margem da manifestação realizada, por jovens angolanos que visou também expressar solidariedade e exigir a libertação de presos políticos em Angola.

 

“Fui esbofateado, e também levei alguns porretes, e quem orientava a agressão era o 2o Secretario do MPLA, de Luanda, Jesuíno Silva”, disse na altura a vitima.

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