Luanda - O tribunal de Luanda, que está julgar os 17 jovens angolanos acusados de preparem uma rebelião, prolongou esta sexta-feira o julgamento por mais uma semana, depois de em cinco dias só ter sido concluída a audição de dois dos arguidos.

Fonte: Lusa

A informação foi prestada à Lusa por um dos quatro advogados de defesa, David Mendes, que acrescentou que a audição do professor universitário Domingos da Cruz, autor de um livro que, segundo a acusação esteve na origem do julgamento, iniciado na quinta-feira, ainda não terminou.

 

“O juiz decidiu que o livro deveria ser lido durante o julgamento. Estivemos nisso na quinta-feira durante a tarde, hoje de manhã e parte da tarde e depois o juiz não fez nenhuma pergunta sobre o livro. A audição do autor continua na segunda-feira”, apontou o advogado.

 

A mulher de Luaty Beirão já tinha afirmado esta sexta-feira que o julgamento deveria ser prolongado. Em declarações prestadas à TSF, Mónica Almeida descreveu “um ambiente de muita tensão na sala de audiências” e acusou as autoridades angolanas de quererem “provocar desgaste psicológico” nos detidos e de tentarem “dispersar os amigos e familiares” dos mesmos.

 

Mónica Almeida disse ainda temer que os jovens permaneçam na prisão até março de 2016 — uma vez que as férias judiciais em Angola começam no início de dezembro e só terminam em março — e descreveu as condições precárias em que se encontram: segundo a própria, são acordados todos os dias às 03h30 da manhã e estão presos em celas cujo chão é de betão.