Luanda - Um plano nacional de apoio aos diabéticos foi defendido ontem, em Luanda, pela médica endocrinologista Georgina Bengue, pelo facto de muitos doentes não conseguirem suportar os preços dos medicamentos comercializados em Angola.

Fonte: JA

A especialista disse, em declarações à agência Angop, que, da mesma maneira que existe o plano nacional de apoio ao doente com sida, é necessário que haja um para os pacientes com diabetes. A médica, que disse ter conhecimento de um projecto nesse sentido em fase de elaboração pelo Ministério da Saúde, insistiu na necessidade de o Estado comparticipar, como acontece em outros países.


Muitos doentes, acentuou, por causa dos preços dos medicamentos, abandonam a terapia e só regressam ao hospital já em estado avançado. Georgina Bengue apelou aos doentes para não abandonarem o tratamento e disse que há uma solução para os pacientes com poucos recursos. Por exemplo, o hospital Américo Boavida apoia doentes que necessitam de insulina.

Georgina Bengue alertou a população para a necessidade de apostar na prevenção por ser o melhor remédio. "Não se deve esperar que se tenha a patologia para tomar medidas. É necessário agir antes e colocar em prática acções que favoreçam o bem-estar e a saúde”, salientou a especialista.

Papel da nutrição

A médica chamou a atenção para os factores de risco para a diabetes e deu como exemplos os maus hábitos alimentares, o sedentarismo, o stress e o alcoolismo. Entre os sinais de alerta está o número de vezes que uma pessoa urina, sede excessiva, falta de energia e perda de peso. A nutricionista Stianete Benguela sugeriu a inserção de profissionais da área nas equipas que lidam com diabéticos para que estes tenham uma dieta alimentar correcta.

Numa equipa médica, disse, o nutricionista é o responsável pela alimentação correcta do paciente, devendo ter em consideração alguns aspectos, como a capacidade física, a história dietética anterior ou modificações realizadas, intolerâncias e presença de transtornos alimentares. A especialista afirmou que a terapia nutricional dos diabéticos deve ser feita de forma individualizada, tendo em conta as preferências e hábitos alimentares, o perfil metabólico, metas do tratamento e resultados desejados.

Dieta equilibrada regular

“As pessoas com diabetes devem fraccionar a alimentação em três refeições principais e três ligeiras, ingerir entre seis e oito copos de água por dia e manter o peso dentro do índice de massa corporal adequado”, alertou Stianete Benguela.

Os diabéticos, acrescentou, devem incluir nas refeições três grupos alimentares: o energético (massa, arroz e batatas), o construtor (carnes, ovos, feijão, leite e derivados) e o regulador (verduras, legumes e as frutas). Stianete Benguela pediu moderação no consumo de produtos “lights”, porque apesar de não conterem açúcar possuem na sua composição alto teor de gordura, o que contribui para o aumento de peso.


A nutricionista recomendou o consumo de alimentos integrais, porque além de auxiliarem no funcionamento dos intestinos e darem ao organismo a sensação de saciedade, fazem a absorção do açúcar presente na corrente sanguínea.