COMUNICADO

Luanda - Por ocasião do passamento físico do Patrono da Juventude Patriótica de Angola, Eng.º Hilbert Ganga, o Secretariado Executivo Nacional da Juventude Patriótica de Angola (J.P.A), braço juvenil da CASA-CE, torna público o seguinte:

Fonte: CASA-CE

1. É com muita dor, pesar e revolta que relembra os angolanos, as angolanas e, em particular, a juventude de que tal como Hoji-ya-Henda (patrono da JMPLA), João Pereira (Patrono da JFNLA) e Samuimbila (Patrono da JURA), barbaramente assassinados pelos colonialistas portuguesas, no dia 23 de Novembro de 2013, o Eng.º Manuel Hilbert de Carvalho Ganga (Patrono da JPA), em pleno exercício dos seus direitos de cidadania, foi barbaramente assassinado, pelo regime angolano, ou seja, pela Unidade de Segurança do Presidente da República de Angola, o Eng.º José Eduardo dos Santos;

2. Manuel Hilbert de Carvalho Ganga nasceu aos 12 de Novembro de 1981, em Luanda. Hilbert Ganga frequentou o ensino primário na escola José Martin e posteriormente na escola Alda Lara. Fez o ensino médio no IMIL (Makarenko). Licenciou-se em Engenharia civil, pela Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto.

3. Como primogénito da família Ganga garantia a estabilidade e coesão da mesma. Como pai deixou um órfão de 2 anos e uma viúva. Os pais, os irmãos e os outros parentes continuam lembrar e a chorar um filho, um pai, um irmão, um marido de ouro;

4. Ganga foi, em vida, um cidadão e professor exemplar, promotor de boas práticas de convivência social, um exímio educador e formador, pois instruiu, aconselhou e resgatou alunos que estavam a beira da desistência tornando-os brilhantes estudantes. A sociedade, sobretudo os estudantes continuam a lembrar e a chorar um herói, dentro e fora da sala de aula;

5. Na CASA-CE e, em particular, na JPA, Ganga era um militante e quadro de fortes convicções, inteligente, criativo e combatente da democracia, justiça social e bem-estar social, económico e espiritual dos angolanos e angolanas. A CASA-CE continua a lembrar e a chorar um grande combatente pela democracia e respeito pelos Direitos Humanos;

6. Volvidos dois (2) anos após o assassinato do Patrono da JPA, Eng.º Hilbert Ganga, o autor moral deste crime continua sem rosto e o assassínio material continua em liberdade e o seu julgamento prossegue no dia 26 de Novembro de 2015 (Quinta-Feira), pelas 9 horas, na sala de crimes comuns do Palácio Dona Ana Joaquina, cujo acesso é livre;

7. Recordar, igualmente, os angolanos e angolanas de que, enquanto os assassinos moral e material de Hilbert Ganga continuam em liberdade, os 15 activistas sociais estão presos por terem lido um livro pois o julgamento dos “Revus” continua a decorrer com muitos atropelos das regras do ordenamento jurídico angolano;

8. Tendo em conta a injustiça de que são alvos os angolanos e as angolanas; tendo em conta o cortejo de assassinatos políticos em Angola, com destaque dos casos: Ricardo Melo, Nfulupinga Nlando Victor, sexta-feira sangrenta, massacre dos tocoistas, Cassule, Camulingue, Hilbert Ganga e família religiosa de Calupeteka, etc.; sendo o direito à vida e à Justiça fundamentais para consolidação do Estado de Direito e Democrático e do desenvolvimento sustentável em Angola, a JPA vai realizar uma marcha pacífica e ordeira em prol da vida, da justiça e da democracia, após a sentença do julgamento do caso Ganga, que terá o início ao tribunal Provincial Dona Ana Joaquina e término no cemitério da Santana, com o depósito de uma coroa de flor no túmulo do Patrono da JPA, Eng.º Hilbert Ganga;

9. Para o efeito, o Secretariado Executivo Nacional da JPA convida todos os cidadãos, em especial, a juventude, a participar da referida marcha como forma de dizer basta à violação do direito à vida, da injustiça e sim à vida, à democracia e solidariedade às vítimas e familiares;

10. Os participantes deverão manter uma postura vigilante contra a manipulação de actos de violência; firmeza contra actos intimidatórios e rigor na manutenção do espirito de paz, da ordem e do respeito à lei. As autoridades angolanas, em especial as forças da ordem pública, tal como têm feito e bem em relação às marchas em prol da “Justiça sem Pressão”, devem também ajudar, de acordo com a lei, a manter a ordem pública, sem impedir a marcha em prol da “vida, da justiça e da democracia” do dia 26 de Novembro de 2015, pois estarão presentes, tal como nas outras marchas, angolanos, angolanas, vossos compatriotas, irmãos, filhos e netos.

 

VIVA ANGOLA, VIVA A CASA-CE, VIVA O PRESIDENTE ABEL CHIVUKUVUKU

QUE DEUS ABENÇOE ANGOLA E OS ANGOLANOS; TODOS POR ANGOLA E UMA ANGOLA PARA TODOS

O SECRETARIADO EXECUTIVO NACIONAL DA JPA EM LUANDA, AOS 23 DE NOVEMBRO DE 2015

  

O Secretário Geral

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Rafael Aguiar