Luanda - Depois de os réus do “caso Jorge Valério” terem declarado em tribunal que teriam sido submetidos a tortura para assumirem a autoria do crime, eis que surgem novas revelações que voltam a comprometer a antiga Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), que tratou da instrução preparatória do processo.

Fonte: Novo Jornal

CASO VALÉRIO: DNIC acusada de forjar provas

Na sessão de quarta-feira, 25, do julgamento, o irmão do réu Manuel Lima, mais conhecido por Bravo, motorista da família da co-ré Jéssica Coelho, fez revelações comprometedoras que asseguram a participação da DNIC na manipulação de elementos de prova, a fim de a incriminarem.

 

De acordo com Bernabé João, que falou na condição de declarante, a DNIC teria manipulado a família de Manuel Lima no sentido desta colaborar na produção de elementos probatórios que viessem a incriminar a jovem Jéssica. Um destes elementos seria a carta escrita em nome da família para o procurador do Ministério Público, que teria sido escrita pelo instrutor da DNIC, cujo nome não foi revelado.

 

Bernabé João alegou, na ocasião, que a procuradora Yemanjá Videira (na foto) tê-lo-ia chamado ao seu gabinete, no mês de Agosto, para negociar a colaboração do seu irmão, Bravo.

 

Em troca, o réu seria condenado a cinco de prisão, mas por ter cumprido metade da referida pena acabaria por ser mandado para casa em liberdade.

A procuradora Yemanjá Videira não se fazia presente na sala de audiências na altura em que o declarante fazia as declarações em tribunal. Em seu lugar estava Cila Costa.

 

Perante as revelações, o juiz da causa solicitou a Bernabé João que, voltado para a escrivã, ditasse palavra a palavra a alegada proposta da procuradora para que aquela constasse dos autos.